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Confira a entrevista

Cafu fala sobre Copa, seleção e futuro do futebol brasileiro

Mateus Reginato - Redação Bonde
07 mai 2018 às 17:29

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- Ricardo Chicarelli
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Mais de 500 pessoas, entre crianças e adultos, lotaram o segundo andar do Boulevard Londrina Shopping neste domingo (6) para tentar tirar uma foto, ganhar um autógrafo ou até mesmo só ver o ex-jogador de seleção brasileira e capitão do penta, Cafu. O ex-jogador veio a Londrina para participar de um evento organizado pelo shopping e pela Panini, editora do álbum da Copa do Mundo, a febre do momento.

Cafu é o único jogador do mundo a ter jogado em três finais de Copa do Mundo seguidas, em 1994, 1998 e 2002. Também é o jogador que mais vestiu a camisa da seleção, o brasileiro com mais jogos (20) em Copas e com mais vitórias (16) na competição em todo o mundo. Com a seleção, venceu duas Copas do Mundo (1994 e 2002), uma Copa das Confederações (1997) e duas Copas América (1997 e 1999).

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A participação de Cafu no evento estava prevista para começar às 16h. Alguns dos fãs chegaram ao local às 8h da manhã para conseguir uma das 220 senhas distribuídas para tirar foto e conseguir um autógrafo do "capita". "Fui o primeiro a pegar o seu autógrafo. Valeu a pena ficar oito horas na fila esperando, muito obrigado!", comentou o usuário "jp__rossi" no Instagram, em resposta a uma postagem do ex-jogador sobre o evento.


Antes do evento, entre autógrafos em álbuns e fotos com crianças, Cafu deu entrevista ao Grupo FOLHA sobre a seleção brasileira, as perspectivas para a Copa, a crise na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o futebol brasileiro. Confira a entrevista:

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Cafu, qual é a sua relação com essa criançada que nem te viu jogar? Você é mais tietado pelos pais ou por elas?


Por incrível que pareça, é geral. Tanto os pais quanto as crianças. Hoje a informação é muito rápida. A internet, as redes sociais fazem com que as crianças hoje acabem interagindo de maneira bem mais rápido fácil. E quando falamos de Copa do Mundo, a nossa imagem passa toda hora. Eu levando a taça, dando entrevistas. Você acaba ficando um pouco mais visível na cabeça das crianças, mesmo muitas não tendo me visto eu jogar. Os pais também acabam comentando como era.

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Qual é a sua avaliação sobre a seleção brasileira que vai para a Copa? Você avalia que tem chance de vencer a Copa?


Tem 100% de chance de ganhar a Copa do Mundo. Toda grande seleção que está disputando tem chance. O Brasil tem uma seleção muito boa e vem de grandes resultados. Tem jogadores jovens em Copa do Mundo, mas experientes em seus times; jogadores que já disputaram Copa, que já disputaram Eliminatórias, Champions League, jogos internacionais.

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Quais são os principais times que disputam a Copa?


As seleções de tradição são sempre seleções que vão dar trabalho. Inglaterra é uma seleção jovem e boa; a Argentina sempre é perigosa; Portugal tem sempre uma arma preciosa; a Espanha é uma das seleções que hoje tem o melhor futebol do mundo; França tem grandes jogadores; a Bélgica é uma seleção que já mostrou em outras ocasiões que está crescendo a cada ano que passa.

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Você disputou quatro Copas do Mundo (1994, 1998, 2002 e 2006) em três continentes diferentes, a Rússia tem um clima mais frio. Isso faz alguma diferença, dá alguma vantagem para as seleções europeias?


Não, eu acho que não. A maioria dos jogadores brasileiros titulares jogam na Europa, já estão acostumados. Se o clima for atrapalhar, vai atrapalhar todo mundo. Acho que pior do que o calor na Copa de 1994, nos Estados Unidos, não tem [40º C na final].

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A sua posição hoje, a lateral direita, ainda tem uma vaga em aberto, quem você acha que vai ser convocado para a Copa?


O Daniel Alves é um que vai para a Copa. Eu só não vou falar o nome de outro lateral para não influenciar e não deixar para trás outros grandes laterais. O Tite sabe quais são os laterais que vão para a Copa. Eu acho que ele vai convocar quem ele sabe que pode fazer muito para a seleção.


O 7 a 1 na Copa passada pode influenciar a seleção nesta Copa?


O 7 a 1 passou. Não podemos entrar em 2018 com essa lembrança, assim como não entramos nas outras copas com a lembrança da derrota pro Uruguai em 1950. Se for pensar no 7 a 1 em todos os jogos da seleção, é melhor nem entrar dentro de campo. Toda derrota traz um aprendizado. Nós perdemos em 1998 e fomos campeões em 2002. Mas nós não entramos em 2002 pensando na derrota da última Copa, entramos pensando em ser campeões do mundo. É o que tem que acontecer agora. Não podemos entrar em campo pensando no 7 a 1, nem sabemos se vamos enfrentar a Alemanha.


Você já havia comentado que achava que o Dunga não deveria ter saído. Você ainda pensa dessa forma?


Penso. Não deveria ter saído, mesmo com o Tite fazendo um excelente trabalho. Com o Dunga nós também iríamos para a Copa, mesmo que classificássemos no último jogo e passando sufoco. O que não concordo é interromper o trabalho de um treinador, seja quem for, durante uma competição. Os treinadores fazem uma programação de começo, meio e fim. Se você interromper esse trabalho no começo, é óbvio que você vai falar que ele não presta. Espera chegar ao final que aí você pode avaliar o trabalho dele ou não. Nada contra o Tite, pelo contrário, ele deu um padrão de jogo para a seleção. Mas eu não concordo com a maneira com que o Dunga foi mandado embora.


No Brasil, infelizmente, isso parece regra. E nós temos que acabar com isso. O treinador não pode ser mandado embora com três meses de trabalho, isso é um absurdo. Uma falta de respeito.


O Tite promove um rodízio na faixa de capitão, isso pode atrapalhar de alguma forma por não ter uma figura centralizada como líder?


Não, de maneira nenhuma. Depois que o Tite começou a fazer esse rodízio, a seleção brasileira começou a andar e os meninos começaram a criar responsabilidade. Antes nós tínhamos a responsabilidade em um único jogador, só do Neymar. Hoje ele divide essa responsabilidade com os outros meninos e isso é legal.


A CBF passa por um momento conturbado. Ricardo Teixeira, presidente da confederação entre 1989 e 2012, renunciou por causa da denúncias de corrupção; José Maria Marin, presidente da CBF entre 2012 e 2015, foi preso na Suiça por corrupção; Marco Polo del Nero, presidente da confederação entre 2015 e 2017, foi banido, pela FIFA, do futebol por causa de escândalos de corrupção. Isso pesa de alguma maneira para os jogadores?


Não, em hipótese nenhuma. É óbvio que ter um presidente que não pode viajar com a seleção [Marco Polo del Nero não podia sair do país por correr o risco de ser preso pelas denúncias] não é normal. O presidente tem que estar lá em todas as competições, mas isso não influencia em nada nos atletas, tanto que a seleção se classificou com quatro jogos de antecedência. Isso não pode ser usado como argumento para uma possível derrota. É triste, é chato. Agora já temos um presidente que pode acompanhar a seleção, o Rogério Caboclo [eleito presidente da CBF em abril deste ano, indicado por Marco Polo del Nero].


Em termos de organização do futebol brasileiro, como você avalia essa questão da CBF e do campeonato brasileiro?


O futebol brasileiro não é muito profissional em relação a organização dos campeonatos. Muitos anos atrás nós tínhamos um dos melhores campeonatos do mundo, o campeonato brasileiro, que hoje já não é mais. Estamos perdendo para outros campeonatos que ninguém poderia imaginar. Falta um pouco mais de profissionalismo e responsabilidade dos dirigentes para que possam organizar um campeonato a altura do brasileiro, não deixar só para os jogadores.


Você já foi alvo de insultos racistas enquanto jogava na Itália e já se manifestou sobre o racismo existente no Brasil. Na Rússia já houveram casos recentes de racismo com jogadores negros, você acha que isso vai ser um problema durante a Copa?


Isso é um problema do mundo. Vivemos isso aqui em casa. Como vamos cobrar isso dos russos se na nossa própria casa a gente sofre esse tipo de preconceito? Se fôssemos um país sem nenhum tipo de preconceito, racismo, descriminação, nós poderíamos contestar a Rússia, mas eu não posso fazer isso se a gente não consegue resolver o problema nem aqui em casa.


Cafu participou de um evento na Arena Panini, que está instalada no Shopping Boulevard desde 20 de abril e está realizando ações exclusivas com o álbum da Copa até o dia 13 de maio, com visitação gratuita de segunda-feira à sábado das 13h às 21h e aos domingos e feriados das 12h às 20h para os colecionadores de figurinhas.


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