Michel Platini corre o sério risco de ter a sua candidatura à presidência da Fifa invalidada por causa do pagamento de US$ 2 milhões (R$ 8,2 milhões) que recebeu de Joseph Blatter em 2011, o que reabre o debate em busca de um nome que possa atrair o apoio de diversas regiões do mundo para comandar a entidade.
A reportagem apurou com exclusividade que nesta segunda-feira os membros do Comitê de Ética da Fifa se reuniram pela primeira vez para examinar as investigações realizadas pelo Ministério Público da Suíça e concluíram que o francês terá de dar "muitas explicações" se quiser manter a sua candidatura.
Platini era considerado como favorito na eleição de fevereiro, mas agora seu projeto está seriamente ameaçado. A reportagem apurou que as investigações apontam que outros pagamentos também foram feitos ao francês, que ele jamais teve um trabalho em tempo integral na Fifa e que os serviços prestados não estariam compatíveis com os valores transferidos.
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Nesta segunda-feira, Platini se apressou a explicar em uma carta às 54 federações nacionais da Uefa o pagamento de US$ 2 milhões, indicando que o montante foi declarado às autoridades suíças. Segundo ele, o valor era o "acerto final" de um trabalho prestado. Mas não explicou o motivo pelo qual o pagamento levou nove anos para ser realizado.
Platini também não explicou o motivo pelo qual, semanas depois de receber o dinheiro, ele desistiu de concorrer à presidência da Fifa em 2011 contra Blatter - existe a desconfiança de que o pagamento tenha sido para que desistisse da candidatura.
"Gostaria de esclarecer que, para o período entre 1998 e 2022, eu fui empregado da Fifa e trabalhei para uma série de assuntos relacionados com o futebol", disse o francês. "Foi um emprego de tempo integral e minhas funções eram conhecidas por todos. A remuneração foi acertada naquele momento e, depois de um pagamento inicial, o restante de US$ 2 milhões foi pago em fevereiro de 2011".
Ele sabe, porém, que sua carreira está ameaçada. "Sei que esses eventos podem afetar minha imagem e reputação", escreveu.
Seu reconhecimento abriu ainda as possibilidades para que novos nomes fossem cogitados para assumir a Fifa. Um deles seria Jérôme Champagne, antigo aliado de Blatter para assuntos políticos e que tem o apoio de pessoas como Pelé. Outro que começa a ganhar força é Domenico Scala, o homem que hoje está encarregado de fazer uma reforma na entidade.