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Clubes brasileiros ajudam a seleção de Tite a 'vigiar' os rivais da Copa do Mundo

Agência Estado
09 mai 2018 às 08:43

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- Lucas Figueiredo/CBF
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Ter o máximo de informações sobre os adversários pode ser fundamental em uma Copa do Mundo. Nesse aspecto, a seleção brasileira chegará à Rússia bem preparada. Tite e sua comissão técnica monitoram desde o fim do ano passado as outras 31 seleções que participarão da disputa com ênfase na Suíça, Costa Rica e Sérvia, rivais da primeira etapa do torneio. Para isso, contam com uma ajuda especial: a dos analistas de desempenho dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro.

Eles municiam Tite com relatórios pormenorizados das seleções, vídeos, fotos e desenhos táticos. A partir daí, há informações sobre a maneira de jogar, variações táticas, características dos jogadores - às vezes até emocionais -, pontos fortes que exigem maior cuidado, pontos fracos a explorar... Enfim, passam um raio X das seleções.

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A ideia de recrutar os profissionais dos clubes para colaborar com a seleção foi de Fernando Lázaro, líder do CPA (Centro de Pesquisa e Análise) da CBF, departamento encarregado de analisar jogadores com potencial para serem chamados por Tite e também os adversários do Brasil. Nasceu da necessidade de obter o máximo possível de informações.

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"Ele (Fernando Lázaro) me disse que, para a gente analisar todas as seleções, seria um volume (de informações) muito grande e propôs pegar o CPA dos clubes. Eu pensei: ‘Matou a charada’", contou o treinador ao Estado.

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O analista, que Tite conhece desde os tempos em que trabalharam junto no Corinthians, apresentou a proposta aos clubes. Apenas o Flamengo, alegando que seu departamento havia perdido um profissional para a seleção e estava em dificuldade para fazer as análises para suas necessidades, não quis ajudar.


Alguns clubes ficaram encarregados de monitorar duas equipes. "O principal é a questão tática, vídeos e as individualidades dos atletas. É claro que quem está acompanhando acaba conseguindo alguma informação mais detalhada. Eles (os analistas) conseguem trazer algumas peculiaridades", disse Fernando Lázaro. Por uma questão de estratégia, ele não dá detalhes do material que recebe. Os participantes foram instruídos a manter alguma discrição. "Todos têm sido muito participativos", comentou o analista da CBF.

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Fernando Lázaro elaborou um modelo padrão a ser seguido pelos colaboradores, a fim de estabelecer uma dinâmica em relação às informações solicitadas. "Mas a gente não engessou. Permitimos aos clubes, cada um com suas experiências, agregar outras coisas nas anotações", afirmou.


Com a aproximação da Copa do Mundo e a definição dos adversários, o trabalho se intensificou. Nos amistosos de março, os analistas que acompanham Suíça (Grêmio), Costa Rica (Avaí) e Sérvia (Sport) viajaram até os locais dos jogos. As despesas foram pagas pela CBF, mas o custo total não foi revelado.

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FEEDBACK - Nas últimas semanas, alguns analistas têm se reunido na sede da CBF com Tite e os integrantes do CPA para aprofundar o trabalho apurado. "No geral, eles têm sido muito úteis. Está tudo bem mapeado até agora", garantiu Fernando Lázaro.


Antes dos amistosos de março, os analistas de Atlético Mineiro (monitora a Rússia) e São Paulo (Alemanha) estiveram na sede da CBF para dar detalhes. Em abril, o analista do Cruzeiro, André Batista, foi ao Rio de Janeiro conversar sobre a Croácia, que o Brasil enfrentará em amistoso no dia 3 de junho. "Usamos, eu e o outro analista do Cruzeiro (André Bertoni), um vídeo, com conteúdo dos últimos seis jogos da Croácia", contou Batista. "Conhecíamos os principais jogadores em seus clubes, mas não sabíamos a ideia de jogo da equipe nacional", comentou.

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Lucas Oliveira, analista de desempenho do Grêmio, também considera o trabalho de colaboração com a CBF um aprendizado. "Eu aprendi novas formas de olhar uma partida. Além de ser uma honra poder participar do projeto da seleção na Copa".


No Mundial, seis analistas de desempenho estarão na comissão técnica: Fernando Lázaro, seu auxiliar Thomaz Araújo, Matheus Bachi (também auxiliar de Tite), Maurício Dulac (do Internacional), Carlos Bressane (analista das bases da CBF) e Bruno Baquete (Atlético Paranaense).

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Maurício Dulac também está trabalhando com material da Áustria, que não está na disputa, mas que será oponente da seleção em amistoso dia 10 de junho, em Viena. Bruno Baquete vai acompanhar os jogos do Grupo F - de Alemanha, México, Suécia e Coreia do Sul. Dessa chave sairá o rival do Brasil nas oitavas de final, caso a seleção supere a primeira fase.


SUL-AMERICANOS DE FORA - As seleções sul-americanas ficaram fora do monitoramento feito pela comissão técnica do Brasil, com o apoio dos analistas de desempenho dos clubes do Brasileirão, porque já estavam sendo observadas pela própria CBF na disputa das Eliminatórias. O time brasileiro teve campanha excelente, terminou em primeiro lugar com folga e teve apenas uma derrota: 2 a 0 para o Chile, em Santiago, ainda sob o comando de Dunga.

As seleções que estão sendo "vigiadas" foram definidas por sorteio. Todas as equipes foram contempladas porque na época, em outubro, ainda não estava definido o chaveamento da Copa do Mundo na Rússia.


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