A primeira vitória do São Paulo na Libertadores, nesta quarta-feira à noite, deixou claro o que faltou para o time na fracassada estreia diante do Corinthians. A presença de Alexandre Pato, autor de dois gols, e a demonstração de uma postura diferente garantiram a reação e a retomada da tranquilidade no ambiente do clube com o triunfo sobre o Danubio por 4 a 0, no Morumbi.
A recuperação da equipe no torneio tira a pressão pelo vexame diante do Corinthians, na semana passada. O resultado havia aumentado as cobranças sobre o técnico Muricy Ramalho e levou o time a ter alterações nos últimos dias, como a inclusão de mais treinos táticos e mudanças na escalação.
Em vez da apatia, o time correu bastante e mostrou a vontade de vencer. Pato deu mais mobilidade ao ataque e chegou à marca de oito gols em sete jogos no ano. O atacante havia ficado de fora da estreia por questões contratuais e provou o quanto é importante merecer ser titular.
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A partida deixou ainda outra conclusão para o Grupo 2. Nenhum candidato à vaga na próxima fase pode sequer pensar em perder pontos para o Danubio. O atual campeão uruguaio foi presa fácil no Morumbi e chegou à segunda derrota seguida.
O time tricolor seguiu à risca a cartilha de quem precisa marcar pontos em casa. Um gol cedo sempre deixa os planos nos trilhos. O São Paulo abriu o placar aos 4 minutos, graças à combinação de talentos individuais. Michel Bastos tocou de calcanhar, Reinaldo colocou entre as pernas do defensor e cruzou para Pato, livre, finalizar de voleio no ângulo.
O gol prematuro deixou o jogo ao gosto do São Paulo e colocou ainda mais em evidência a enorme diferença técnica entre os times. Os uruguaios viviam de cruzamentos para área, abusavam de desperdiçar passes, colecionaram domínios errados de bola e apelavam às faltas para conter as boas tabelas e ultrapassagens feitas pelo São Paulo pelos lados do campo. Na esquerda, a inspiração de Michel Bastos cativou até o criticado Reinaldo a atacar com qualidade.
O Danubio mudou durante o primeiro tempo o esquema tático do 4-4-2 para o 3-5-2 para liberar Peña pela direita. A alteração deixou a defesa ainda mais bagunçada e incapaz de evitar o domínio são-paulino na criação e na posse de bola.
Ganso começou a encontrar espaços e Luis Fabiano conseguia recuar para tabelar e participar da criação. O lateral-direito Bruno também começou a aparecer e teve toda a liberdade da permissiva defesa para ir até a linha de fundo, levantar a cabeça e escolher para quem cruzar. Pato já estava posicionado para mirar a cabeçada no canto de Torgnascioli e fazer 2 a 0 aos 40 minutos.
O segundo tempo, porém, foi o contraponto aos elogios que o São Paulo mereceu. Desatento e acomodado, permitiu ao Danubio criar, entrar na área e criar as melhores chances. A limitação do adversário ao errar nas finalizações não puniu a queda do ritmo do Tricolor, que chegou ao terceiro quando era pior no jogo.
Michel Bastos rolou para Reinaldo chutar cruzado e contar com o desvio na defesa e a falha do goleiro para fazer o terceiro, já aos 24 minutos.
Logo depois, a expulsão de Pereira transformou a noite em festa. Jonathan Cafu pode entrar e marcar o primeiro pelo São Paulo, aos 43 minutos. O gol selou as pazes da torcida com Muricy, que teve o nome gritado e agora recupera a confiança para seguir na disputa da Libertadores.