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Questão de segurança

Com medo, cartolas da Fifa preferem ver a Copa de longe

Agência Estado
15 jan 2014 às 08:50

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A "Família Fifa" não vai permanecer no Brasil durante a Copa do Mundo. A reportagem apurou com exclusividade que dezenas de cartolas da entidade, presidentes de federações e dirigentes já decidiram que não vão ficar durante todo o mês do Mundial no País por questões de segurança. Eles temem a repetição dos protestos ocorridos durante a Copa das Confederações em 2013 e estão sendo aconselhados pela Fifa a ficar pouco tempo em território brasileiro.

Os cartolas chegarão a São Paulo dias antes do Mundial para o Congresso Anual da Fifa. Depois, deixarão o Brasil e voltarão eventualmente apenas para a final. Durante a Copa das Confederações, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, deixou o Brasil justificando que precisava também acompanhar o Mundial Sub-20 na Turquia. Mas a saída foi vista como uma atitude do cartola de desagrado com a maneira como o governo estava lidando com a crise.

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Desta vez Blatter permanecerá no Brasil, assim como o secretário-geral Jérôme Valcke. Mas cartolas centro-americanos e da América do Norte confirmaram que devem voltar a seus países logo depois do Congresso da Fifa e da abertura da Copa. Dirigentes de outras partes do mundo devem tomar a mesma atitude. "Os protestos são uma grande ameaça", disse um dos mais altos funcionários responsáveis pela segurança na Fifa. "Estamos muito preocupados".

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Durante a Copa das Confederações, carros da Fifa tiveram suas identidades retiradas para não serem identificados pelos manifestantes. No hotel que servia de quartel-general da entidade no Rio de Janeiro, as bandeiras da Fifa foram também retiradas.

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Para 2014, a Fifa, governo, patrocinadores e parceiros comerciais da Copa do Mundo já preparam um plano de contingência caso os protestos ganhem proporções alarmantes durante o Mundial. A meta é conseguir que nenhuma partida seja afetada, além de garantir uma proteção extra para a "Família Fifa" e patrocinadores.


O plano está sendo elaborado em Zurique e Brasília, depois que os serviços de inteligência no Brasil informaram ao governo e aos organizadores do evento que protestos para os meses de julho e julho já começam a ser planejados entre ativistas, ONGs e estudantes.

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A Fifa já trabalha com o cenário de que os protestos vão ocorrer, mas quer minimizar ao máximo o impacto no evento. Outra preocupação é com a presença de torcedores estrangeiros, o que praticamente não existiu na Copa das Confederações. O cenário de pesadelo seria um eventual incidente de violência com um estrangeiro, o que poderia causar um profundo mal-estar na competição.


A estratégia também envolve uma campanha midiática. A ordem na Fifa é afastar a entidade dos problemas domésticos brasileiros e insistir que os protestos não são contra o futebol nem contra o organismo. O presidente Joseph Blatter deu uma indicação de qual será o discurso da Fifa nos próximos cinco meses ao conceder uma entrevista a um jornal suíço há uma semana.


"Nós sabemos que teremos novas manifestações e protestos. Os últimos, na Copa das Confederações, nasceram nas redes sociais. Não tinham objetivo, reivindicações reais. Durante a Copa serão mais concretos, mais estruturados. Mas o futebol será protegido. Não acredito que os brasileiros atacarão o futebol diretamente. No país deles, o futebol é uma religião", disse o dirigente.

Do lado do governo, existe ainda uma outra preocupação: a segurança de dezenas de chefes de Estado, políticos, líderes mundiais e personalidades que irão ao Brasil para a abertura ou encerramento da Copa.


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