O Comitê de Reformas da Fifa, que vai apresentar propostas de mudanças na entidade em crise, começou a trabalhar nesta quarta-feira. Ex-diretor-geral do Comitê Olímpico Internacional (COI), o suíço Francois Carrard, que lidera um grupo de 12 membros, formado por dirigentes de futebol e advogados, iniciou uma sessão de dois dias.
Os membros da equipe de Carrard, todos escolhidos pelas seis confederações continentais que compõem a Fifa e por parceiros da entidade, se recusaram a realizar qualquer comentário sobre o encontro antes da entrevista coletiva agendada para esta quinta-feira pelo advogado suíço.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, fez um discurso de abertura da reunião, antes de Domenico Scala, chefe do comitê independente de auditoria da entidade, apresentar as suas ideias.
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Scala quer reestruturar o muito criticado Comitê Executivo da Fifa e diminuir sua influência, além de impor limites de mandatos para seus membros e publicação dos salários. A ideia é também adotar um controle mais rigorosos dos candidatos nas eleições.
O documento com as propostas de Scala vão ser entregues a Carrard, que criará uma comissão para avaliá-las, além de formular outras com o seu comitê. As federações afiliadas à Fifa vão votar as propostas de Carrard próximo ano.
A comissão foi criada após o escândalo que causou o indiciamento de 14 pessoas, entre empresários e dirigentes da Fifa, no fim de maio. Entre eles está o ex-presidente da CBF José Maria Marin, ainda detido em Zurique.
As prisões aumentaram a pressão sobre Joseph Blatter, que chegou a ser reeleito para novo mandato presidencial, mas anunciou sua saída quatro dias depois. Diante das críticas e cobranças dos patrocinadores da entidade, o suíço criou o Comitê de Reformas, com liberdade para propor mudanças na Fifa, além de convocar novas eleições.
Carrard foi escolhido para liderar o Comitê por causa da sua grande experiência na área. O suíço supervisionou nas mudanças no COI após os escândalos na escolha de Salt Lake City para sediar os Jogos de Inverno de 2002.
Ele atuou como diretor-geral do COI por 14 anos, até 2003, em um período que incluiu o escândalo que levou à saída ou renúncia de dez membros envolvidos no escândalo da entidade.