O diretor de negócios jurídicos do Corinthians, Sérgio Eduardo Mendonça, defendeu os incentivos fiscais concedidos à construção do estádio Itaquerão nesta sexta-feira e apontou preconceito nas críticas feitas ao benefício e ao financiamento do BNDES.
Em nota divulgado no site do Corinthians, o diretor comparou as críticas à polêmica sobre a construção da estação de metrô em Higienópolis, bairro nobre da capital paulista. "O verdadeiro patrulhamento que tem se visto a respeito do estádio de futebol que o Corinthians pretende construir no distante Itaquera parece assemelhar-se com a demonstração de preconceito contra ''gente diferenciada''", registrou.
No episódio, um grupo de moradores do bairro pediu a mudança do local da estação, solicitação atendida pela prefeitura. Uma das moradores alegou que o metrô atrairia mendigos e dependentes químicos, "gente diferencia" segundo suas palavras. A declaração gerou polêmica e até um protesto no local que receberia a estação.
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Para o diretor corintiano, as críticas à construção do estádio repetem o preconceito, desta vez contra os moradores de Itaquera, região que receberá a arena. Segundo Mendonça, o preconceito é mascarado com o argumento de defender o dinheiro público. "Essa é a máscara a esconder a verdadeira motivação e a tentar emprestar um caráter respeitável à indignação. Na imensa maioria dos casos, porém, não sabem nem do que se fala. Em pouquíssimos, mesmo sabendo-se, o preconceito parece falar mais alto".
Mendonça defendeu os incentivos fiscais e o financiamento que o clube receberá para erguer o estádio. "Financiamento é como um empréstimo. Ou seja, o Corinthians terá que pagar cada centavo desse dinheiro emprestado, e com juros. E essa não é uma possibilidade concedida exclusivamente ao Corinthians, mas também, e não apenas, aos 12 estádios que sediarão partidas da Copa do Mundo", argumentou.
Em relação aos incentivos, o diretor criticou os "guardiães do dinheiro público". "Incentivo fiscal, genericamente falando, é mais um corolário da própria garantia da igualdade, assegurada pela Constituição Federal. É mais um instrumento voltado à distribuição de renda e atenuação das desigualdades".
"É fácil deduzir que não há aporte de dinheiro público. Há o aporte de dinheiro particular, com benefícios fiscais. E uma grande parte dos detratores do projeto não alcança sequer essa obviedade", completou.