Vasco e Corinthians foram punidos com perda do mando de campo de quatro partidas e multa pela briga entre seus torcedores no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, durante o jogo válido pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 25 de agosto. Com a punição, os dois clubes terão que jogar sem a presença de seus torcedores nos estádios.
Corintianos e vascaínos têm três dias para recorrer ao pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (SJTD), o que devem fazê-lo, de acordo com os advogados João Zanforlin (Corinthians) e Luciana Lopes (Vasco). Não haverá tempo hábil para que a punição seja imposta na rodada de fim de semana - os dois, portanto, poderão encerrar o turno do Brasileirão em suas casas.
Todos os auditores e o presidente da 1ª Comissão Disciplina do STJD entenderam que os clubes falharam em tomar providências para evitar o conflito entre membros das organizadas. Ambos foram punidos no artigo 213 (deixar de tomar providências que impeçam desordem, invasão de campo e que objetos sejam atirados no gramado). Apesar de mandante, o Vasco recebeu uma multa menor do que a do Corinthians, R$ 50 mil contra R$ 80 mil, pois os auditores julgaram que a iniciativa da confusão foi tomada pela torcida corintiana Gaviões da Fiel.
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Atendendo pedido do relator Francisco Pessanha Filho, a punição foi aplicada da seguinte forma para os próximos quatro compromissos como mandantes de Corinthians e Vasco: dois jogos de cada clube serão disputados com os portões fechados (sem a presença de torcedores) e os outros dois serão realizados apenas com a presença de torcida adversária no estádio.
Como o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) não prevê jogo com portões fechados, Francisco Pessanha Filho aplicou legislação da Fifa e alegou que, se fosse respeitado estritamente o código brasileiro, tanto Vasco como Corinthians poderiam mandar seus jogos novamente no Estádio Mané Garrincha, pois a capital federal fica a mais de 100km de suas cidades.
"Isso é um absurdo. O código da Fifa diz claramente que suas regras valem para competições organizadas por ela. O Brasileiro é organizado pela CBF", argumentou o advogado do Corinthians, João Zanforlin, que usou de ironia em sua defesa ao dizer que falaria em inglês, pois se estava usando legislação estrangeira como parâmetro de punição. "Provavelmente vamos recorrer."
Tanto João Zanforlin como Luciana Lopes alegaram que os clubes "não tem poder de polícia" e que a segurança nos estádios cabe ao poder público. Os auditores se utilizaram de atas de reuniões entre dirigentes dos clubes e membros das torcidas organizadas para demonstrar que nenhuma medida preventiva de segurança foi discutida antes da partida. Destacaram também o efeito pedagógico da punição.