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Amizade

Depois dos 30 anos, Diego e Robinho ainda encantam no futebol brasileiro

Ciro Campos
25 set 2016 às 11:07

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Passar dos 30 anos de idade mudou a amizade de Diego e Robinho. Em vez das brincadeiras dos tempos em que foram colegas no Santos, há quase 15 anos, os dois agora se falam por mensagens em assuntos mais sérios, típicos de quem está nessa faixa etária. Família, vida no Brasil e variedades estão em pauta. O futebol está em segundo plano, apesar de os dois terem chances de repetirem, agora separadamente, o título que os alçou juntos à fama.

Agora no Flamengo, o meia Diego comanda a perseguição ao líder do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras. Artilheiro do terceiro colocado, o Atlético Mineiro, o atacante Robinho está na quarta passagem pelo futebol brasileiro. Os dois protagonistas do título nacional de 2002 do Santos voltaram ao futebol do Brasil nesta temporada e sonham em igualar no fim do ano o feito alcançado quando tinham 17 e 18 anos.

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"Eu e o Robinho ainda nos falamos. Mas para falar a verdade, a gente pouco comenta da possibilidade de ser campeão. Sempre falamos que a gente está muito feliz, de estar de volta ao futebol brasileiro", contou Diego ao jornal O Estado de S.Paulo. O meia de 31 anos virou o protagonista da campanha de reação do vice-líder, o Flamengo.

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Um ano mais novo do que o amigo, o flamenguista ficou 12 anos longe do futebol brasileiro. As passagens por Portugal, Alemanha, Espanha, Itália e Turquia impediram que Diego disputasse a mesma liga que Robinho. Já o atacante, famoso pelas "pedaladas" na final contra o Corinthians, em 2002, rodou por Espanha, Inglaterra, Itália e China, fora duas Copas do Mundo no currículo.

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Para quem teve contato com a dupla no passado, a experiência moldou para melhor o futebol de cada um. O técnico do Santos em 2002, Emerson Leão, admitiu que, naquela época, os dois garotos recém-saídos da adolescência demandavam atenção. "Eles davam trabalho, mas davam alegria também. Graças a eles tive uma das maiores felicidades da minha carreira", contou.


Diego e Robinho levaram o Santos de volta ao topo de futebol brasileiro e rapidamente conquistaram espaço na seleção brasileira. O estilo descontraído dos dois chamou bastante atenção na seleção brasileira em 2004, durante a disputa do Pré-Olímpico, no Chile. Enquanto o meia posava de pé para uma foto, o atacante se agachou discretamente e abaixou o calção do colega.

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As travessuras eram as mesmas no cotidiano do Santos. Ainda sem ter idade para tirar a carteira de motorista, Diego precisava de carona para ir ao treino naquela época. Nas horas de folga, ele e o amigo Robinho desfrutavam do sucesso precoce, principalmente com o assédio das mulheres, mas eram aconselhados pelos mais experientes do elenco a como lidar com isso.


Então com 27 anos, o agora ex-atacante Alberto contou ter alertado os dois sobre como ser discretos nas horas de folga. "Eu percebo maturidade neles. São pais de família, têm responsabilidades. Hoje em dia não pode fazer qualquer coisa porque tem um filho para ver o que você faz. Aquela euforia de ser jovem diminuiu", explicou.

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O antigo companheiro de Santos só brincou que o compromisso dos dois não foi o mesmo no grupo de WhatsApp com a presença dos campeões de 2002. A pouca assiduidade dos antigos colegas, assim como de outros do elenco, fracassou a "resenha" no aplicativo.


Outro estilo

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Os 14 anos entre uma era e outra fizeram os dois jogadores adotarem uma forma diferente de atuar. Emerson Leão analisou que os dois ex-comandados compensaram com a experiência a perda da potência física. Na opinião do técnico, Diego deu ao Flamengo a coordenação de jogadas que o time precisava e Robinho desenvolveu a habilidade de cadenciar o jogo e dar passes aos companheiros.


"A inteligência e a sabedoria não mudaram. A velocidade, sim. Fico feliz porque eles não voltaram ao Brasil pelo salário, mas sim estão justificando o bom salário", afirmou Emerson Leão.


Diego admite que mesmo sem a correria de quando tinha 17 anos, se considera mais técnico. "A experiência que eu tive em países diferentes traz uma certa bagagem. Com certeza de 2002 para cá acredito que houve uma melhora", disse o meia.

Enquanto perseguem o Palmeiras, os dois amigos batem papo informal até a data do reencontro. No fim de outubro, no estádio Independência, em Belo Horizonte, o Atlético vai receber o Flamengo. Neste dia, os dois vão ter que falar sobre futebol.


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