Pesquisar

Canais

Serviços

Brasileirão

Dez clubes do Brasileirão estão inscritos na Dívida Ativa da União e do FGTS

Agência Estado
22 set 2019 às 11:22
- Shutterstock
Publicidade
Publicidade

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, órgão ligado ao Ministério da Economia, aponta que dez clubes da Série A do Campeonato Brasileiro estão inscritos na Dívida Ativa da União e do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). O total da dívida, que não inclui os débitos já parcelados com o Governo Federal, soma R$ 718 milhões. O projeto que pretende transformar os clubes em empresas prevê refinanciamento dessas dívidas e também de débitos fiscais.

Há a possibilidade de anistia, que prevê o perdão de grande parte das multas e juros, nas hipóteses de pagamento do valor à vista, que pode ser parcelado em até cinco vezes. Além disso, existe a alternativa de pagamento de uma pequena parcela à vista e a quitação do saldo remanescente com a utilização de créditos fiscais.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


A reportagem do Estado consultou os dez clubes devedores. Palmeiras, Corinthians, Cruzeiro e Fortaleza se manifestaram sobre o assunto; outros seis não se pronunciaram.

Leia mais:

Imagem de destaque
Busca comprador

Em crise financeira, Paramount tenta se livrar do contrato da Libertadores e Sul-Americana

Imagem de destaque
Fim de uma era

Marta confirma aposentadoria da seleção brasileira

Imagem de destaque
Saiba mais

Julgamento de Gabigol traz xingamentos e contradições

Imagem de destaque
CPI das Apostas

'Se não tiver prova, Textor será banido do futebol brasileiro', diz senador Jorge Kajuru


Os clubes puderam refinanciar as dívidas em 2015 por meio do Profut (Programa de Modernização da Gestão de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro). O parcelamento poderia ser feito em até 240 meses, com descontos de 70% das multas e de 40% dos juros. Além disso, eles foram dispensados de pagar os encargos legais. Depois de quatro anos, alguns clubes voltaram a acumular dívidas.

Publicidade


O projeto do relator Pedro Paulo (DEM-RJ), apoiado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), propõe um novo programa de refinanciamento de dívidas. Desta vez, ele seria restrito aos clubes-empresa. Ao migrarem para o novo modelo, os clubes poderão ingressar em um novo parcelamento, o Refis. A redução seria de 50% dos juros no total de 240 parcelas. As agremiações também podem usar crédito tributário de companhias comuns, caso façam fusões, para o abatimento dessas dívidas com o governo.


Além desse benefício, o projeto propõe que os clubes de futebol tenham condições facilitadas para ingressar com pedidos de recuperação judicial. O acordo precisa ser aceito pelos credores na área cível e na área trabalhista, por exemplo.

Publicidade


Vale lembrar que o projeto prevê que os clubes deixem de ser associações sem fins lucrativos e passem a ser sociedades anônimas ou limitadas. É uma mudança na forma de administração. Com isso, eles terão acionistas ou proprietários, que podem ser outras empresas nacionais ou até estrangeiras. A transformação é opcional.


A renegociação das dívidas dos clubes está inserida em um contexto maior: criar segurança jurídica, esportiva e comercial para que investidores se sintam atraídos para investir nos clubes, historicamente comprometidos com gestões deficitárias e acúmulo de dívidas. "Um clube mudar de associação para empresa é fácil e já existe lei para isso. A discussão é como você vai fazer isso com segurança", explica Pedro Daniel, diretor executivo da Ernst&Young, consultoria que participa da análise do projeto de transformação dos clubes em empresa. "Queremos atrair investidores sérios e não só aventureiros."

Publicidade


Ao longo da semana, representantes dos clubes se reuniram com o parlamentar Pedro Paulo e apresentaram uma série de sugestões para modificar a proposta inicial.


Entrave

Publicidade


A questão da tributação continua sendo o principal entrave. Os clubes que optarem pelo novo regime serão tributados pelas mesmas regras das empresas comuns. Para estimular os clubes a se profissionalizar, o projeto oferece um regime transitório de apuração de tributos federais, o Re-Fut, pelo prazo de cinco anos.


Segundo esse regime especial, as SAFs (Sociedades Anônima do Futebol) poderão fazer um recolhimento único com alíquota de 5% sobre a receita bruta mensal. Esse pagamento corresponderá aos seguintes tributos: IRPJ, CSL, PIS, COFINS e Contribuição Previdenciária. À reportagem do Estado, o deputado Pedro Paulo prefere não cravar um porcentual. A discussão ainda precisa avançar com o Ministério da Economia e a Receita Federal

Publicidade


As associações que não quiserem se tornar empresas poderão continuar isentas dos impostos atuais, desde que cumpram uma série de requisitos ligados a boa governança, compliance, transparência e responsabilidade fiscal.


Confira os valores atuais das dívidas dos clubes do Brasileirão inscritos na Dívida Ativa da União e do FGTS:

Publicidade


Corinthians - R$ 572 milhões


Vasco - R$ 51 milhões


Cruzeiro - R$ 25 milhões


Fluminense - R$ 22 milhões


Botafogo - R$ 21 milhões


Avaí - R$ 12 milhões


São Paulo - R$ 8 milhões


Palmeiras - R$ 8 milhões


Fortaleza - R$ 53 mil

CSA - R$ 35 mil


Publicidade
Publicidade

Continue lendo

Últimas notícias

Publicidade