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Dirigente que contratou Bruno diz que todos merecem uma segunda chance

Agência Estado
01 mar 2014 às 08:42

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O goleiro Bruno cumpre pena de 22 anos pelo assassinato e desaparecimento de Eliza Samudio - Divulgação
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O presidente do Montes Claros, Vile Mocelin, afirma que está preparado para as críticas por ter assinado um contrato de trabalho de cinco anos com o goleiro Bruno, condenado a 22 anos e três meses de reclusão pelo desaparecimento e assassinato da sua ex-amante Eliza Samudio. Mas acha que todas as pessoas merecem uma segunda chance. "Não apoio o que ele fez. De jeito nenhum. Mas todo mundo merece outra chance. Não estou pensando no jogador, estou pensando no homem", diz o dirigente.

Na manhã desta sexta-feira, o contrato foi levado pelo advogado do goleiro para assinatura na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Belo Horizonte, onde o jogador está preso desde julho de 2010. Agora à tarde, o documento foi registrado na Federação Mineira de Futebol - hoje termina o prazo para a inscrição de atletas para a segunda fase do Campeonato Mineiro do Módulo II, torneio do qual o Montes Claros é líder, faltando duas rodadas para o fim da fase de classificação. O próximo passo é aguardar a liberação da Federação Carioca - o último clube de Bruno foi o Flamengo - para que o nome do goleiro seja publicado no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF.

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Após a regularização da documentação, o jogador vai aguardar a liberação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais para que possa ser transferido de Contagem, onde está preso, para Montes Claros e, em seguida, conseguir a liberação para jogar. "Ainda é cedo para definir como ele vai treinar, se terá escolta, se vai poder viajar com o time. Tudo isso vai ser definido pelo juiz", disse o advogado Francisco Simim. Não há prazo para o desenvolvimento do processo na justiça.

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O presidente do Montes Claros afirma que Bruno ficou emocionado com a oportunidade. "Não tive contato com ele, mas os advogados disseram que ele chorou na hora de assinar o contrato", disse Mocelin. Bruno vai ganhar R$ 1430,00 por mês, mas os pagamentos serão feitos apenas quando ele se apresentar ao clube.

CASO ELIZA SAMUDIO.
Eliza Samudio, mãe de um filho recém-nascido do goleiro Bruno, desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi encontrado. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.Em março de 2013, o goleiro foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado a 22 anos de prisão. O último júri do caso foi realizado em agosto e condenou Elenilson da Silva e Wemerson Marques – o Coxinha – por sequestro e cárcere privado do filho da ex-amante do goleiro. Elenilson foi condenado a 3 anos em regime aberto e Wemerson a dois anos e meio também em regime aberto.


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