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De olho na Eurocopa

Estados Unidos querem voltar a abrigar Copa América em 2020

Agência Estado
11 jan 2017 às 13:17

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- Reprodução/Conmebol
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Dirigentes e empresários norte-americanos querem voltar a organizar a Copa América nos Estados Unidos em 2020, repetindo o sucesso obtido com o torneio de 2016. Mas a proposta, que começa a circular nos bastidores, preocupa a Conmebol, alarmada nas últimas semanas com ideias de que poderia transferir o controle do futebol sul-americano para os EUA.

Em 2016, a Copa América Centenário foi realizada nos EUA, levando um público recorde aos estádios do país desde a Copa do Mundo de 1994. O torneio era apenas para marcar os 100 anos da competição mais antiga do futebol internacional de seleções e a promessa era de que ocorreria uma só vez. Para 2019, por exemplo, a CBF insiste que o Brasil não abre mão do evento.

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Por todos os cálculos, o evento nos EUA superou em muito as expectativas dos sul-americanos. A final, entre Argentina e Chile, atraiu 81 mil torcedores em Nova Jersey. Em média, os estádios receberam 46 mil pessoas por jogo.

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No total, 1,5 milhão de ingressos foram vendidos, 350 mil a mais que o recorde anterior. Mais de cem milhões de pessoas acompanharam o torneio pela TV e o evento foi transmitido para mais de 160 países.

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Para as federações nacionais, o torneio também foi um grande negócio. Em 2015, a Conmebol havia distribuído cerca de US$ 10 milhões entre 12 times. O Chile, campeão, ainda ficou com US$ 4 milhões. Em 2015, porém, esse valor recebeu um incremento significativo, com o vencedor ficando com US$ 6,5 milhões e todos os demais levando pelo menos US$ 1,5 milhão.


HESITAÇÃO - Ainda assim, a cúpula da Conmebol admite estar "preocupada" com a ofensiva americana na região sul-americana. A proposta de uma nova Copa América em 2020 poderia significar a intenção dos americanos de repetir o torneio a cada quatro anos para rivalizar com a Eurocopa, também realizada a cada quatro anos.

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Se essa ideia americana vingar, a Copa América passaria a coincidir sempre com a Eurocopa, uma ideia que agrada aos clubes europeus e mesmo dirigentes dentro da Fifa, tendo em vista o fato de que os times precisam sempre ceder jogadores para a disputa destas duas competições.


Mas o temor é de que o poder político e a influência sobre as federações deixem a sede da entidade sul-americana, no Paraguai, e se mudem aos EUA, justamente onde os dirigentes da América do Sul são processados por corrupção na venda de direitos da Copa América.


Não são poucos os dirigentes da Conmebol que ainda temem que a unificação de torneios com os EUA represente o primeiro passo para que a entidade sul-americana seja "engolida" pela Concacaf. A ideia de uma unificação, porém, era o sonho de um dos comandantes do futebol sul-americano, o argentino Julio Grondona.

Em 2014, ele revelou à reportagem do Estado que sua meta era a de unir as Américas e, com a qualidade sul-americana e o dinheiro dos EUA, "romper a hegemonia" da Europa. Ele morreu naquele mesmo ano.


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