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Vai ou fica?

Guerrero deixa definição nas mãos do Corinthians

Agência Estado
04 dez 2014 às 09:54

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- Divulgação
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Paolo Guerrero está negociando mais um contrato milionário, para permanecer por mais três temporadas no clube onde é ídolo. "Estou tranquilo, esperando a decisão do Corinthians. São eles que têm de tomar a decisão. Minha intenção ainda é ficar aqui", diz o atacante peruano de 30 anos.

Em entrevista exclusiva, ele reafirmou o desejo de continuar no Brasil. Mas disse que o clube já teve uma boa oferta para negociá-lo com o futebol inglês. "O Corinthians iria ganhar mais dinheiro (se quisesse vendê-lo)", afirmou o peruano, que virou referência no time corintiano.

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Agência Estado - Você é o artilheiro e principal jogador do Corinthians e negocia uma renovação de contrato. Você continua no clube em 2015 ou existe chance de sair?

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Paolo Guerrero - O campeonato está acabando, falta uma rodada, e eu estou tranquilo, esperando a decisão do Corinthians. São eles que têm de tomar a decisão. Minha intenção ainda é ficar aqui. Se o Corinthians não pode me segurar aqui, estou ficarei agradecido ao torcedor, aos funcionários e ao corpo técnico e a todos meus companheiros.

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AE - O Corinthians fará uma esforço financeiro para continuar com você. Vale a pena investir R$ 30 milhões para que continue por mais três temporadas?


Guerrero - São cifras que vocês (imprensa) estão especulando. Está longe da realidade. Não são essas cifras, esses valores... O que eu estou pedindo está dentro da possibilidade do Corinthians.

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AE - Com seu novo contrato, você passaria a ganhar mais aqui do que se fosse jogar na Europa?


Guerrero - Não, acho que não. Inclusive, eu tive uma oportunidade de sair para Inglaterra, faz três, quatro meses, durante na janela de transferência. Chegou uma oferta de um time da Inglaterra, o West Ham, mas o Corinthians não quis me vender. O Corinthians iria ganhar mais dinheiro (se aceitasse vendê-lo).

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AE - Por que o Corinthians não vendeu? O clube não considerou a oferta boa?


Guerrero - Acho que seria mais do que me compraram, mas não sei se era boa ou não (o Corinthians comprou Guerrero por R$ 7,5 milhões, do Hamburgo, em 2012).

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AE - E você queria ir embora e ter nova chance no futebol europeu?


Guerrero - A decisão era deles. Falei que estou feliz morando aqui em São Paulo e defendendo um clube como o Corinthians.

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AE - Você marcou o gol do título mundial e agora o clube prepara um plano de marketing para pagá-lo, algo semelhante ao que aconteceu com o Ronaldo, outro ídolo. Esse é o caminho?


Guerrero - Não tenho muito conhecimento disso. Estou focado em jogar e ser campeão. Meu objetivo é esse. Infelizmente não tivemos regularidade no Campeonato Brasileiro, mas estamos felizes por classificar o time à Libertadores. Esperamos ganhar esse campeonato que todo mundo quer.

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AE - Você realmente fica dividido em todas as convocações do Peru? Quer defender sua seleção ou clube?


Guerrero - Fico dividido. Minha vontade de jogar pela seleção é grande. Defender a camisa do meu país é uma responsabilidade grande. É gostoso, meus pais se sentem orgulhosos quando eu estou com a camisa do meu país, quando eu faço gols e ajudo a seleção ganhar. Estou feliz por defender minha seleção, mas, como você disse, tínhamos uma fase de jogos amistosos (pela seleção) e aqui tínhamos jogos decisivos. Eram sentimentos divididos. Futebol é assim, às vezes você tem de se adaptar à situação.


AE _ O que achou de o Peru cair no mesmo grupo do Brasil na Copa América de 2015, que será disputada no Chile?


Guerrero - É mais gostoso (enfrentar o Brasil). Quando tem jogos grandes a gente fica motivado. É melhor para o Brasil nos ver como time pequeno, isso nos motiva.


AE - O Brasil ainda vê o Peru como uma seleção menor?


Guerrero - Acho que o Brasil é um favorito para ganhar a Copa América. Argentina e Brasil sempre serão favoritos para vencer a Copa América. Na última (Copa América), o Brasil não ficou entre os quatro primeiros. Nós perdemos a semifinal para o Uruguai, que foi campeão. Acho que é gostoso jogar contra times grandes.


AE - Como um jogador estrangeiro que atua no Brasil viu a derrota da seleção brasileira por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo?


Guerrero - Foi dura, eu queria que o Brasil ganhasse. Morei tanto tempo na Alemanha que eu entendo e sei muito a cabeça dos alemães. Eles se veem muito por cima de todos, e eu queria que o Brasil parasse esse conceito que os alemães têm. Mas a Alemanha mostrou que tem um time forte, um time que, para mim, não joga como o Brasil, mas eles correm, marcam e lutam os noventa minutos.


AE - Você jogou dez anos na Alemanha. O que viu nesse processo de transformação do futebol alemão?


Guerrero - Fiz a base com Schweinsteiger e com Philipp Lahm no Bayern de Munique, subimos para primeiro time quase ao mesmo tempo. Sei bem como eles começaram, como a Alemanha surgiu e como foi melhorando todo esse tempo.


AE - O que chamou mais sua atenção nessa época?


Guerrero - A preparação é forte, são muito profissionais, muito dedicados, focados no trabalho. Na Alemanha, são robôs, só pensam em trabalho, e trabalho, e é assim que estão na cabeça deles.


AE - Sentiu problemas de adaptação ou preconceito?


Guerrero - Sim, dia a dia você vive isso. Mais ainda se você está sendo melhor que eles, eles não querem que você seja melhor, eles focam para ser melhor que você, toda a hora, e lutam para isso.


AE - Por que só nesse ano de 2014 você passou a ser mais decisivo e a fazer mais gols?


Guerrero - Acho que o professor Tite me queria na área, o Mano me deixa mais livre, são dois sistemas, são dois conceitos diferentes e tenho de me adaptar. Tive uma preparação boa e todo mundo aqui pode falar. Tento estar bem para todos jogos até para o último jogo antes de sair de férias.


AE - O Mano também reclamou que você jogava aberto. Qual a sua preferência?


Guerrero - Acho que ultimamente os tempos mudaram, já não existe isso de jogar como centroavante, todo mundo já sabia a tática do Corinthians, todo mundo me jogava as bolas e cruzava, e os zagueiros me machucando, marcando, isso desgasta o centroavante. Todos podem mudar.


AE - Acabou a era do atacante fixo?


Guerrero - Um jogador tem de ser versátil para fazer seu jogo, eu tento fazer meu jogo, do meu jeito, posso ajudar o time a fazer o gol, posso abrir a marcação, você viu a Alemanha ganhar do Brasil, e foram os meias que fizeram os gols, a Alemanha não jogou com centroavante. Só no final entrou o Klose.


AE - O Mano Menezes deveria continuar como técnico do Corinthians em 2015?

Guerrero - Estou feliz com o Mano, mas a decisão é da diretoria. Se Mano ficar, será bom. Se não, a diretoria tem escolher um técnico com a cara do Corinthians.


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