Definitivamente o Goiás não tem motivos para lembrar de 2010 com bons olhos. Depois de ser rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro, o time do Centro-Oeste viu o título da Copa Sul-Americana escapar de suas mãos ao perder por 3 a 1 no tempo normal e na prorrogação e depois por 5 a 3 na disputa de pênaltis diante do Independiente, nesta quarta-feira, no Estádio Libertadores da América, em Avellaneda, na Argentina.
A equipe brasileira podia perder por até um gol de diferença, já que venceu o primeiro confronto, na semana passada, em Goiânia, por 2 a 0. No entanto, sua comodidade acabou logo nos primeiros 45 minutos, tempo suficiente para os argentinos tirarem a desvantagem. Apesar do domínio brasileiro, o placar não foi alterado durante a etapa final e toda a prorrogação, e a decisão foi para os pênaltis, em que os anfitriões foram mais eficientes. "É uma frustração enorme, difícil de aceitar, por tudo que passamos no ano", lamentou o atacante Rafael Moura.
Com o resultado, o Independiente quebrou um jejum de 15 anos sem títulos internacionais, além de ter garantido sua vaga e também a do Grêmio na Copa Libertadores de 2011. O time gaúcho, quarto colocado do Brasileiro, disputará a seletiva para a fase de grupos em dois jogos contra o Liverpool, do Uruguai.
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Inexperiência à parte, o Goiás até que começou bem sua primeira decisão internacional, trocando passes no campo e ataque e esfriando a temperatura do jogo. Teve, inclusive, a primeira chance de gol nos pés de Douglas, que recebeu na área e isolou. A partir daí, no entanto, o time brasileiro sofreu com o jogo aéreo dos argentinos e abusou dos erros numa partida decisiva.
As jogadas ensaiadas pelo alto foram um terror para os goianos. Aos 19 minutos, após bola erguida na área, a bola sobrou para o zagueiro Matheu, que obrigou Harlei a fazer grande defesa. A bola, no entanto, sobrou limpa para Velázquez, sozinho à frente do gol, empurrar para a rede e abrir o placar.
A impressão era de que o estádio viria abaixo com a loucura argentina, mas o Goiás foi rápido e preciso na resposta para esfriar os ânimos. Três minutos depois, Wellington Saci levantou e Rafael Moura cabeceou no contrapé do goleiro para marcar seu oitavo gol e garantir a artilharia na Sul-Americana.
O empate tinha tudo para devolver a tranquilidade ao Goiás, mas o acaso não deixou. Aos 26, o zagueiro Ernando interceptou uma enfiada na área para Rodríguez, mas a bola bateu em Parra, que estava à sua frente, e encobriu Harlei: 2 a 1. Logo em seguida, mais uma falha incrível da defesa goiana. O mesmo Parra dividiu pelo alto com Marcão e, após cair, desviou ainda sentado no canto esquerdo de Harlei para fazer o terceiro gol.
O Goiás finalmente mudou de postura na etapa final. Teve mais posse de bola e não se inibiu em agredir o adversário. Encurralou o Independiente, que viu sua torcida se calar. Rafael Moura perdeu uma chance incrível aos 18, quando invadiu a área, deixou dois zagueiros no chão e bateu em cima de Navarro. Em noite inspirada, o artilheiro ainda obrigou Navarro a fazer outra grande defesa aos 39 e desperdiçou mais uma boa oportunidade aos 44.
O domínio brasileiro se estendeu na prorrogação. Logo no começo do primeiro tempo, Felipe, que havia substituído Otacílio Neto, bateu de fora da área e Navarro espalmou com a ponta dos dedos para evitar o gol. Na etapa final, Rafael Toloi acertou a trave após cruzamento de Rafael Moura. Marcão ainda teve um gol corretamente anulado por impedimento.
Na decisão por pênaltis, Felipe errou a trave em sua cobrança e o Independiente converteu todas as suas, fechando a disputa em 5 a 3.