A vitória do Real Garcilaso (PER) sobre o Cruzeiro, por 2 a 1, pela primeira rodada da Copa Libertadores, foi marcada por atos lamentáveis. Substituto de Ricardo Goulart, o volante Tinga sofreu atos de racismo desde que entrou em campo. Quando o atleta pegou na bola, os torcedores da equipe mandante imitaram macacos na arquibancada.
Chateado com as manifestações, o meio-campista comentou a situação e relembrou que, quando esteve na Alemanha, onde defendeu o Borussia Dortmund (ALE), não sofreu o mesmo problema.
– Joguei na Alemanha, lugar conhecido por este tipo de manifestação, e nunca aconteceu isso. Infelizmente, em um país tão parecido com o nosso, acontece isso – declarou o experiente atleta, que seguiu lamentando o fato:
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– É a minha oitava Libertadores e nunca tinha acontecido isso. Infelizmente, desta vez, aconteceu. No começo, achei que eram simples vaias, mas depois vi que eram insultos racistas. Fico chateado, mas estava ali dentro querendo ganhar. A gente fica chateado.
Esta não é a primeira vez que um jogador brasileiro é vítima de atos racistas na Copa Libertadores. Em 2012, com as cores do Flamengo, o atacante Vagner Love sofreu do mesmo problema em jogo contra o Emelec, do Equador.
Diretor condenada atitude da torcida
O diretor de futebol do Cruzeiro, Alexandre Mattos, não poupou críticas ao Real Garcilaso, à Conmebol e todos os envolvidos na partida contra o time mineiro, nesta noite de quarta-feira. Os atos de racismo da torcida peruano contra o volante Tinga, a falta de luz, ainda durante o treino da equipe, assim como a água de água no vestiário da Raposa já no decorrer do jogo foram algumas das insatisfações do dirigente.
- Nenhum peruano, nenhuma imprensa merece o respeito dos brasileiros. Poderia falar o que eles são, mas somos muito educados. O que fizeram hoje é um aprendizado. E o Cruzeiro vai muito forte na Libertadores. Os caras estão de cabeça erguida, eu estou falando para a torcida. O que fizeram aqui hoje, mexeram com um gigante -falou o dirigente, apontando algumas das insatisfações.
- Estádio sem condição nenhuma, cidade sem hotel, sem água, perigo para os jogadores de cair naquele pista de atletismo. Na hora que um arrebentar a cabeça será tarde demais. O Cruzeiro já notificou várias coisas que aconteceram aqui. Uma indelicadeza muito grande, o campo não tem condição de jogo. A derrota não foi só pelo gramado, mas aprendemos e vamos muito forte atropelar quem aparecer. Não vai ficar assim - acrescentou, prometendo seguir firme na disputa do torneio.
- Futebol é coisa séria. Esse jogo tinha que ter sido em Lima. Vamos lotar o Mineirão e os jogadores vão dar a vida para atropelar esse time - disse, antes de finalizar sobre o caso de Tinga, alvo de cantos racistas a todo momento em que pegava na bola.
- Isso é um retrocesso da humanidade. Eu não vou falar o que eles são. A gente respeita, não somos assim, temos respeito, coisa que não tiveram. São todos covardes. O Cruzeiro vai tomar as providências, mas a Conmebol tem hora que é brincadeira - esbravejou.