O técnico Vágner Mancini deixou o Cruzeiro após o time ser eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil na noite de quarta-feira, mas garantiu após a derrota por 2 a 1 para o Atlético Paranaense, em Sete Lagoas, que pediria demissão mesmo se o resultado fosse diferente, com a classificação do time para as quartas de final. De acordo com o treinador, a decisão seria por uma questão de "autoestima", já que ele vinha sendo pressionado após a queda nas semifinais do Campeonato Mineiro.
"Eu acho que sim. No momento mais difícil de cada um de nós, você é a única pessoa que pensa somente em você. Ninguém pensa por nós, ninguém que veio até o estádio aqui hoje lembrou daquilo que foi feito ao longo desses oito meses", afirmou. "Eu sei que futebol funciona assim. É natural que todos nós tenhamos autoestima e, dessa forma, a minha maneira de agir após a vitória e a classificação seria a demissão", completou.
Mancini comandou o Cruzeiro em 32 jogos, com 15 vitórias, sete empates e dez derrotas. E o treinador fez questão de lembrar que evitou o rebaixamento do time para a Série B do Campeonato Brasileiro. "Gostaria também de lembrar alguns aspectos que neste momento considero importantes. Um deles é que o clube foi deixado na minha mão e da minha equipe no momento mais delicado da história do Cruzeiro e nós deixamos a equipe na Série A. Este ano o trabalho acabou não fluindo e por isso entreguei o cargo", disse.
Leia mais:
Brasileiro tem Botafogo com uma mão e meia na taça e Palmeiras à espera de milagre
Encabeçada pelo Londrina EC, plataforma da Squadra chega a cinco clubes
Mercado vê alvos do Corinthians, porta aberta para Jesus e saídas no Santos
Juventude vence São Paulo dentro do Morumbis e escapa do rebaixamento
Presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares criticou o esquema tático adotado por Mancini no time nesta temporada, com a escalação de apenas dois volantes. "Acho que jogar com dois jogadores no meio-de-campo é muito perigoso. Ninguém joga dessa forma no Brasil. O time se expôs demais, os zagueiros ficam expostos, os laterais que antes eram bons passam a não ficar no gosto da torcida, porque eles ficam vulneráveis. Todo mundo sabe disso", afirmou.
Apesar do início ruim de temporada do Cruzeiro, Gilvan descartou mudanças drásticas no elenco para a disputa do Campeonato Brasileiro. "O plantel do Cruzeiro, pelo que escutei até de outros treinadores com os quais tenho conversado, é um plantel bom. Precisa de uma ou outra peça para o time titular. Nenhum time brasileiro tem peças de reposição excepcionais em todas as posições. Nós temos que reforçar o time para o Campeonato Brasileiro e vamos trabalhar agora com a filosofia de outro treinador", comentou.