Após derrota, empate ou vitória, Muricy Ramalho critica a cúpula santista. O treinador e o presidente Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro afirmam que se gostam, mas estão em rota de colisão. O motivo é que a diretoria acena seguidamente com a criação do tal fundo de investimento de R$ 40 milhões a serem utilizados na formação de um time forte, mas não destinou recursos para compensar as ausência de Neymar e Ganso durante a Olimpíada. Falou-se em Robinho, Diego, Zé Roberto, Martinez e Cabral, entre outros, mas só chegaram ao clube reforços modestos, a custo zero.
A última alfinetada de Muricy foi depois da vitória por 4 a 2 contra o Cruzeiro, quarta-feira, na Vila Belmiro. Seu alvo outra vez foi o presidente, que na semana passada definiu como "equivocadas" as queixas do treinador de que o planejamento para o segundo semestre tinha sido mal feito. Na primeira oportunidade, o técnico rebateu a contestação do cartola.
"Se tivesse sido acertado (o planejamento), os jogadores (reforços pedidos) estavam aqui. Os jogadores estão aqui? Não agrado ao presidente. O planejamento foi bem feito, participei algumas vezes,
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poucas, porque é chato participar toda hora, e conversamos. Mas aconteceu alguma coisa? Então não está certo, vai me desculpar", disse.
Muricy também acusa o dirigente de não defender os direitos do Santos na CBF. Ele queria que "Laor" exigisse a dispensa de Neymar e Ganso do amistoso contra a Suécia, em Estocolmo, na próxima
quarta-feira, sob alegação de que o clube já teve prejuízo com a convocação da dupla para defender o Brasil na Olimpíada de Londres. Em razão do amistoso, Neymar e Ganso vão desfalcar o Santos contra o Figueirense, em Florianópolis. "Aqui no Santos ninguém fala nada. Eu falo mesmo, porque não devo nada com ninguém", afirmou o técnico.
Luis Alvaro não atendeu as ligações nesta quinta à tarde para falar sobre os novos ataques de Muricy. A assessoria de imprensa do clube alegou que o dirigente deixou o celular na Vila Belmiro e estava em São Paulo, participando de seguidas reuniões. Provavelmente no intervalo entre uma e outra, Laor deu entrevista à Rádio Bandeirantes e afirmou ter protestado contra a convocação de Neymar para os amistosos da seleção na Alemanha e Estados Unidos, em junho, enquanto que o corintiano Paulinho, adversário na semifinal da Copa Libertadores, tinha ficado fora da lista de Mano Menezes.
"As minhas declarações provocaram polêmica", lembrou o dirigente, que endossou as críticas do treinador à convocação de Neymar e Ganso para amistoso do Brasil contra a Suécia. "Muricy fez muito bem (em protestar) porque ele é o treinador e é cobrado. Eu tenho um estilo diferente do dele. Ele é mais agressivo e eu mais tocador de bola. Por isso que a gente tem uma boa relação", contemporizou Luis Alvaro.