Para voltar à final da Copa Libertadores depois de 18 anos, o Palmeiras terá de buscar inspiração nas últimas vezes em que esteve na decisão. Nesta quarta-feira (31), às 21h45, contra o Boca Juniors, a equipe tentará repetir os feitos de 1999 e 2000, quando conseguiu viradas épicas na semifinal, a exemplo do que precisa fazer no estádio Allianz Parque, em São Paulo, neste jogo da volta.
Depois de perder por 2 a 0 em Buenos Aires, no primeiro confronto, na semana passada, será preciso devolver o resultado para levar a disputa aos pênaltis ou ganhar por três ou mais gols de diferença para garantir a vaga no tempo normal. Ao menos no comando do Palmeiras há quem tenha experiência para virar marcadores adversos em semifinais: Luiz Felipe Scolari.
O comandante estava à frente do time tanto em 1999 como em 2000. Na primeira ocasião, a equipe perdeu para o River Plate por 1 a 0, na Argentina, e depois foi à decisão ao bater o rival por 3 a 0 em São Paulo, com dois gols do meia Alex e um do zagueiro Roque Junior.
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No ano seguinte, a virada teve contornos ainda mais dramáticos. O oponente era o Corinthians, para quem havia perdido por 4 a 3 na ida. O Palmeiras conseguiu, porém, ganhar de virada por 3 a 2 na volta e obteve nova vitória nos pênaltis, por 5 a 4. A partida é uma das mais marcantes da história do clube, especialmente pela defesa do goleiro Marcos na cobrança de Marcelinho Carioca.
Felipão retornou ao Palmeiras em agosto para arrumar a casa e vivenciar momentos decisivos, como o de agora. A expectativa do jogo não o fez mudar o jeitão. O experiente treinador pregou tranquilidade para os seus jogadores e conseguiu fazer o elenco não se abalar após a derrota da última quarta-feira. Três dias depois, enfrentou o Flamengo no estádio do Maracanã lotado, no Rio de Janeiro, pelo Campeonato Brasileiro, e empatou por 1 a 1.
"Se tomamos dois gols, se não criamos, se não fizemos o que normalmente fazemos, vamos tentar fazer no segundo jogo", comentou o técnico após a derrota em Buenos Aires.
Pelo menos o Palmeiras não tem problemas para escolher os titulares. Como não há desfalques por suspensão, o treinador deve fazer alterações apenas para se adequar à estratégia de jogo. A principal dúvida é na montagem do setor ofensivo.
O meia Lucas Lima deve ser uma das novidades, por estar mais descansado. Outra aposta provável é em Deyverson. Como não foi titular contra o Flamengo, o atacante deve entrar em campo e ganhar a confiança do técnico pelo potencial no jogo aéreo e para conter os zagueiros na briga por espaço.
Dono de 22 títulos em mata-matas e duas conquistas de Libertadores, Felipão leva para o estádio Allianz Parque a experiência da sua carreira e a vivência no próprio Palmeiras para fazer da noite desta quarta-feira uma jornada histórica.