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Ameaçado pelo rebaixamento

Pressionado, Mingone deixa a presidência do Guarani

Agência Estado
10 nov 2012 às 18:00

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Ainda ameaçado pelo rebaixamento na Série B do Campeonato Brasileiro, o Guarani mergulha de novo em uma crise política. O presidente Marcelo Mingone entregou a carta de renúncia, neste sábado pela manhã, depois de uma rápida reunião com seus pares. Toda a diretoria executiva também entregou o cargo, alegando não ter condições de administrar o clube. Temporariamente a presidência será ocupada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Rodrigo Ferreira Costa Silva.

Ele tem 30 dias para convocar os conselheiros e provavelmente chamar depois uma assembleia geral de sócios que pode decidir a melhor forma de eleger uma nova diretoria. Mingone já acumulava um mandato-tampão desde dezembro, quando o então presidente, Leonel Martins de Oliveira, foi destituído por improbidade administrativa.

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Na sua carta de renúncia, Mingone alegou que entregava o cargo devido a pressão da oposição, que o ameaçava de impeachment. O Conselho Fiscal teria documentos comprometedores sobre a gestão do dirigente. Mas a semana foi agitada no clube, com as negociações a toque de caixa do zagueiro Neto, cedido ao Santos por algo em torno de R$ 3 milhões, além do jovem Gabriel Boschilia, um meia de 17 anos, para o São Paulo, por valores não revelados.

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A oposição já vinha questionando também a negociação com o centroavante Bruno Mendes, da seleção brasileira Sub-20, que foi inscrito pelo Botafogo, do Rio, no Brasileirão. Em cinco jogos ele marcou quatro gols, já se tornou sensação e uma moeda valiosa. Seu atestado liberatório teria sido vendido por R$ 7 milhões. Além disso, a maioria dos jogadores da base do clube foi negociada com um investidor de Minas Gerais, que teria 90% dos direitos econômicos de cada atleta. Só 10% seriam do clube.

Para os opositores, não há dúvida de que Mingone fez um "caixa próprio" antes de abandonar o clube. Haveria apenas uma pendência jurídica, também resolvida nesta semana. O Estádio Brinco de Ouro estava penhorado por conta de ações trabalhistas e tinha como fiel depositário o presidente. Ele substituiu a garantia por um terreno de 80 mil metros, às margens da Rodovia dos Bandeirantes, onde o clube pretendia fazer um moderno centro de treinamento. Mingone ficou livre e o Guarani, de novo, está à deriva.


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