O técnico Fábio Carille e o atacante Marinho já haviam deixado bem claro que não seria apenas na técnica que o Santos se afastaria do risco de rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. E essa tese foi mais uma vez comprovada na vitória por 2 a 0 sobre o Red Bull Bragantino na quarta-feira (10), na Vila Belmiro.
Sem mostrar um futebol brilhante e de fluidez no ataque, o Santos usou de grande intensidade e muita briga para se sobrepor a um time que está no G-6 do Brasileiro e briga pelas vagas diretas na Libertadores de 2022. Essa foi apenas a segunda vez que o time alvinegro triunfou contra uma das equipes que estão neste trecho de destaque da tabela de classificação.
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A outra vitória aconteceu há mais de quatro meses, quando o Santos venceu o Atlético-MG por 2 a 0 na Vila Belmiro. O time alvinegro já enfrentou as equipes do G-6 nove vezes no Brasileiro. Além dos dois triunfos, empatou três vezes e perdeu quatro, o que representa um aproveitamento de 33,3% dos pontos disputados.
O baixo índice mostra a dimensão da vitória sobre o Bragantino, que também está na disputa do título da Copa Sul-Americana contra o Athletico-PR. Nas últimas sete rodadas, o Santos ainda enfrentará equipes do G-6 mais três vezes: Fortaleza, na Vila Belmiro, e Corinthians e Flamengo, ambos fora de casa. A tabela ainda aponta um duelo no Beira-Rio contra o Internacional, que está na briga para entrar nesse grupo.
Entre as equipes que mais correm risco de rebaixamento, o Santos é uma das que têm melhor aproveitamento contra o G-6. Considerando a metade de baixo da tabela, apenas Ceará e Juventude contam com um retrospecto melhor. O clube cearense conquistou 11 pontos em oito partidas, enquanto o time gaúcho somou nove em nove partidas.
O sucesso do Santos diante do Bragantino acontece justamente quando o time havia acabado de sofrer um choque. No domingo passado (7), a equipe da Vila Belmiro perdeu para o Palmeiras por 2 a 0 em casa e foi completamente dominado a maior parte do tempo.
Dessa vez, o time alvinegro soube colocar em prática um estilo brigador para superar um adversário que vem fazendo campanhas melhores na temporada. O Santos terminou a partida com 20 desarmes, um pouco acima de sua média, de 15. Para se ter uma ideia, Marinho, principal estrela santista, foi o atleta com maior número de desarmes perfeitos, com seis.
E era dessa maneira que o Rei da América de 2020 havia se destacado em outros jogos recentes. Como vivia um longo jejum de gols e sofria forte cobrança da torcida, passou a ser um atleta mais solidário e "pegador". Acabou coroado diante do Bragantino ao abrir o placar com um gol de cabeça e sofrer o pênalti que decretou o triunfo com o gol de Carlos Sánchez.
"O Marinho é um cara que sempre foi de marcar gols, que já estava se incomodando, e isso é normal. Mas ele não desistiu nunca, lutou todo jogo, é um guerreiro dentro de campo. E não estando bem tecnicamente, a entrega dele fez a diferença", comentou Carille após o duelo contra o Bragantino.
Marinho, que não marcava um gol desde o dia 10 de julho, também falou sobre o seu estilo brigador. "O importante é botar o coração, porque a camisa é pesada", disse, em tom eufórico, após a apresentação que encerrou seu jejum.
Outro atleta que se destacou neste quesito foi Vinícius Zanocelo. O volante virou um xodó de Carille e agora assumiu o papel de dono do meio-campo após lesão sofrida por Camacho. Contra o Bragantino, ele contribuiu com quatro desarmes e ainda foi quem mais distribuiu as jogadas, com 39 passes certos e dois errados.
Para a próxima partida, Zanocelo volta a ter uma importante "sombra" na posição que tomou conta. Camacho, o antigo titular, está recuperado de uma lesão muscular e ficará disponível para enfrentar o Atlético-GO, no sábado (13), fora de casa, em um confronto direto de dois times que estão na parte de baixo da tabela.
"Vou conversar para tomar as melhores decisões para que a gente tenha muita energia em Goiânia, e não só qualidade e organização, sabendo que ainda estamos na parte de baixo da tabela. É uma dor de cabeça que gosto de ter", disse o treinador santista.
Além de Camacho, o Santos poderá ter o retorno do lateral-direito Madson, que cumpriu suspensão automática. Nesse caso, Marcos Guilherme voltará a disputar posição no meio-campo -e seu principal concorrente é Gabriel Pirani, que voltou ao time depois de uma lesão no tornozelo e se destacou.
Com 38 pontos, o Santos se mantém com cinco de vantagem sobre a zona de rebaixamento e ocupa o 13º lugar. O Juventude é o primeiro time do grupo dos últimos quatro colocados, com 33 pontos. Nesta quinta (11), o time alvinegro ainda pode perder uma posição, caso o Bahia vença o Flamengo no Maracanã.