A dramática vitória do Londrina Esporte Clube (LEC) nos pênaltis contra o Atlético-MG, resultado que levou o Tubarão a erguer o inédito troféu da Primeira Liga, continuou repercutindo no principal cartão postal da cidade: o Calçadão. Na manhã desta quinta-feira (5), a reportagem da FOLHA, em um rápido passeio pela região central, não teve dificuldades em encontrar torcedores alvicelestes com sorrisos que iam de orelha a orelha. Todos orgulhosos com mais um título nacional do LEC, o segundo na história do clube.
Nas imediações da Biblioteca Pública Municipal, o encanador Jorge Inocêncio Alves, de 52 anos, demonstrou alívio após as duas defesas - milagres, na opinião dos mais fanáticos - do goleiro César. "Eu fui ao estádio e já tinha a sensação de que iria sofrer um pouquinho. Quando o segundo tempo terminou empatado, o clima ficou pesado, mas tive fé. Acho que as minhas orações deram certo", comentou.
As tradicionais rodas de conversa da Praça da Bandeira, ao lado da Catedral Metropolitana, não fomentavam outro assunto do que a derrota dos mineiros. "O Fred não jogou nada", ouvia-se ali. "As pedaladas do Robinho ficaram mesmo em 2002. Ontem ele foi engolido pelo Dirceu e o Edson Silva", comemorava-se em outro ponto.
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O cobrador de ônibus Florisvaldo Mondeque, comentou que não viu o jogo pois estava trabalhando, mas soube do resultado nessa quinta-feira (5) cedo através de seu irmão. Por isso, fez questão de vestir a camiseta alviceleste. Ele acompanha o Londrina há vários anos e disse que o título da Primeira Liga "vale muito, assim como o Paranaense". A final do Interior, segundo ele, não tem relevância. "Não há duas finais em um mesmo campeonato", explica. O torcedor, que também é corintiano, descreveu a emoção com uma comparação: "É como vestir a camiseta do Corinthians depois de uma vitória sobre o Palmeiras", pontuou.
Florisvaldo, que estava trabalhando na hora do jogo, tratou de desfilar com a camiseta do LEC pelo Calçadão
Antenado com a conquista do LEC, o aposentado Sebastião Casemiro da Silva, 71 anos, confessou que é Tubarão desde o berço. "Eu acompanho esse time há 70 primaveras. O coração bateu mais forte quando tudo foi definido nos pênaltis, mas saímos vencedores. Isso é o que importa", declarou o torcedor, "flagrado" pela reportagem dando uma conferida nas notícias do clube de coração na edição desta quarta da Folha de Londrina.
Ávido leitor da Folha de Londrina, Sebastião Casemiro da Silva era só alegria com o Tubarão
Sentado no banco do Calçadão ao lado de seu Sebastião, Flavio Seubert, 63, trajava uma camisa polo listrada nas cores do Tubarão. "Não tenho uma igual a essa (aponta para uma de jogo), então estou usando a que tinha", explicou. "Ele mostrou muita garra e vibração", comentou sobre o volante Jardel, tido por ele como o melhor jogador em campo.
Seubert ponderou que o título da Primeira Liga foi conquistado "graças ao treinador". Ele exaltou Cláudio Tencati, apesar de achar que o comandante respeitou muito o Galo, "Podia ter mostrado mais e deveria ter respeitado menos", comenta o torcedor efusivo.
"O Londrina não se intimidou com o Galo. Respeitou, mas jogou de igual pra igual", opina Flavio Seubert
O jornal Nosso Dia, do Grupo Folha de Comunicação, também estampou o feito do LEC na manchete. Jurandir Antunes Ferreira, 67 anos, conversou com a reportagem com um exemplar nas mãos. Ele, que ajudou a construir o Estádio do Café junto com seu pai há mais de 40 anos, não economizou elogios ao elenco comandado por Claudio Tencati. "O Londrina é como um membro da nossa família. Às vezes acontece aquela briga, mas sempre fazemos as pazes. O amor prevalece", afirmou o aposentado.
Católico fervoroso, ele confessou ter acendido uma vela e ajoelhado na frente da televisão quando o atacante Rafael Moura errou a última cobrança. "Deus não é brasileiro, é alviceleste", observou.