O papa Francisco prometeu à presidente Dilma Rousseff que permaneceria neutro se a Argentina chegasse à final da Copa. Ele terá agora de manter a promessa com a Alemanha do papa emérito Bento XVI. A final do Mundial entre Argentina e Alemanha vai confrontar a paixão desportiva de dois papas vivos pela primeira vez. O argentino Francisco, de 77 anos, nascido Jorge Bergoglio, é conhecido por ser um grande fã de futebol, especialmente da equipe de Buenos Aires San Lorenzo de Almagro.
O papa Bento XVI, de 87 anos, que se aposentou em fevereiro do ano passado, é mais associado à imagem de um teólogo estudioso que ajudou a impor a doutrina da Igreja nos últimos 30 anos. Bento XVI, ou Joseph Ratzinger, nasceu na cidade bávara de Marktl. "Ambos querem que a melhor equipe vença", disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. Os dois papas provavelmente não vão se encontrar para assistir ao jogo no domingo, embora Francisco "deva assisti-lo", afirmou Lombardi.
Cartoons e imagens de Photoshop dos dois papas assistindo à final se tornaram virais nas redes sociais. As Irmãs Dominicanas disseram em um post no Twitter no dia 8 de julho que estavam "sonhando" com uma final de Copa do Mundo entre Alemanha e Argentina assistida pelos dois papas juntos. "Este jogo é extraordinário por uma razão: Ratzinger é o Beckenbauer da Igreja, ele é um homem que jogou toda a sua vida em sua própria metade de campo, ele é conservador", disse Piero Schiavazzi, jornalista que cobre o Vaticano. "Por outro lado, há um homem, Bergoglio, que passou toda a sua vida na metade do campo do adversário, ele representa a Igreja que vai além de seus limites."
Leia mais:
Título do algoz Flamengo aumenta esperanças do Corinthians por Libertadores
Quem são os 'reforços' confirmados por Abel no elenco do Palmeiras de 2025?
G7 no Brasileiro faz gigantes sonharem com Libertadores
Gabigol 'rouba' holofotes em título do Flamengo ao anunciar saída
Papa Bento XVI tem uma "ideia muito séria sobre ser um fã", disse Schiavazzi. "Ele costumava ir ao estádio em Munique para assistir às partidas do Bayern quando era arcebispo por lá." Antes de se tornar papa, Ratzinger dedicou um pouco do seu trabalho teológico para o futebol, estudando as analogias entre a fé e o apoio dos torcedores às suas equipes.
Antes do início da Copa do Mundo, o papa Francisco recorreu ao torneio para salientar valores como fairplay, solidariedade e respeito pelos adversários. "Minha esperança é que, além da celebração do esporte, que esta Copa do Mundo possa se transformar em uma festa de solidariedade entre os povos", disse ele, em 12 de junho, em uma mensagem em português. O pontífice ainda pediu que a competição "fosse considerada o que no fundo ela é: um jogo e ao mesmo tempo uma oportunidade para o diálogo e a compreensão".
A Argentina ganhou a Copa do Mundo duas vezes, enquanto a Alemanha saiu vencedora três vezes - a última em 1990, sobre a Argentina. Em uma entrevista ao jornal espanhol La Vanguardia, em 18 de junho, o papa Francisco chegou a sugerir a pressão que está enfrentando hoje com a Argentina na final. "Os brasileiros pediram que eu fosse neutro, e eu vou cumprir com a minha palavra, porque Brasil e Argentina sempre foram antagonistas."