O coordenador da defesa de Oscar Pistorius interrogou nesta quinta-feira um dos vizinhos do atleta paralímpico e questionou as declarações de Charl Johnson sobre a quantidade de tiros que disse ter ouvido na madrugada em que a modelo Reeva Steenkamp, namorada do competidor, foi assassinada.
O advogado Barry Roux disse que o testemunho de Charl Johnson e suas declarações à polícia foram manipulados para coincidir com os de sua esposa, que prestou depoimento no primeiro dia do julgamento e tentam "incriminar o acusado".
"Eu posso dizer com confiança que ouvi tiros", disse Johnson no interrogatório a que foi submetido por Roux no quarto dia do julgamento contra Pistorius pelo assassinato de Reeva. "Eu tenho certeza que ouvi a voz daquela senhora", acrescentou.
Leia mais:
'Por US$ 500 mil, nunca mais', diz Whindersson Nunes sobre sarrada
Popó volta a desafiar Pablo Marçal durante evento Mike Tyson x Jake Paul
Em luta com 'sarrada', Whindersson Nunes perde para indiano
Jake Paul vê fúria de Mike Tyson, mas usa físico e vence lenda do boxe nos pontos
Roux argumenta que Johnson e sua esposa, as testemunhas apresentadas pelos promotores, estão errados sobre o que ouviram na madrugada em que Pistorius matou sua namorada depois de atirar quatro vezes pela porta do banheiro.
O advogado disse que o barulho que Johnson ouviu foi o resultado dos golpes que Pistorius deu na porta do banheiro com um bastão e os gritos eram do angustiado atleta pedinho auxílio e que Reeva não emitiu sons. Pistorius diz que atirou em sua namorada por engano.
Johnson declarou que não concordava com o que o advogado disse e descreveu mais detalhadamente o que ouviu naquela noite em que Pistorius provocou a morte da sua namorada. Ele e sua esposa vivem a cerca de 170 metros da casa do atleta paralímpico. "O medo na voz da senhora contrastava com um tom viril muito monótono", disse Johnson. "Parecia que o homem estava envergonhado quando pediu ajuda".
A sequência dos eventos que ocorreram na madrugada do dia 14 de fevereiro do ano passado é um aspecto crítico do caso. Os promotores dizem que antes dos tiros houve uma discussão entre Pistorius e Reeva. O atleta paralímpico afirma que não houve bate-boca com a modelo e que ele a matou acidentalmente, porque achava que se tratava de um intruso que tinha entrado em sua casa.
Pistorius é acusado de assassinato premeditado. O sul-africano era um atleta mundialmente admirado, cuja carreira atingiu o ápice em 2012, quando ele participou dos Jogos de Londres, se tornando o primeiro competidor paralímpico a disputar uma edição da Olimpíada. Além disso, o sul-africano possui oito medalhas paralímpicas, sendo seis de ouro.