Bernie Ecclestone compareceu nesta quarta-feira a um tribunal de Londres, onde se defendeu das acusações de pagamento de suborno e de consequentemente ter agido de forma corrupta durante o processo de venda de direitos comerciais da Fórmula 1 ao fundo de investimentos britânico CVC Capital Partners, realizado em 2005.
Chefe da maior categoria do automobilismo mundial, Ecclestone está sendo processado pela empresa de mídia alemã Constantin Medien, ex-acionista da F1, que alega ter sido prejudicada. O dirigente foi acusado de ter feito um "negócio corrupto" com o banqueiro Gerhard Gribkowsky, considerado culpado pela Justiça por aceitar um pagamento ilegal durante a venda dos direitos comerciais da F1 no passado.
Anteriormente, o dirigente alega que não cometeu nenhum ato corrupto, mas reconheceu que realizou um pagamento depois de ter sido pressionado a fazê-lo pelo banqueiro alemão. Gribkowsky teria sido subornado por Ecclestone com uma quantia de US$ 44 milhões, em um pagamento ilegal que teria o interesse de fazer o dirigente poder escolher um comprador de seu interesse dos direitos comerciais da F1. No caso, o fundo de investimentos britânico CVC Capital Partners teria sido beneficiado durante este processo de venda.
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Formalmente indiciado pela promotoria de Munique, em julho passado, por seu envolvimento neste caso, Ecclestone, hoje com 82 anos de idade, deu declarações conflitantes nesta quarta-feira ao explicar a sua participação neste episódio, em um caso de corrupção que acabou emergindo apenas em 2011. "Eu paguei (Gribkowsky) porque eu disse que estava sendo extorquido", disse Ecclestone, para depois acrescentar: "Não estava preparado para assumir o risco".
Garantindo que nunca fez um pagamento secreto, o dirigente maior da F1 disse que deu 10 milhões de libras (hoje cerca US$ 16 milhões) a Gribkowsky porque o banqueiro ameaçou denunciar irregularidades fiscais de Ecclestone para autoridades britânicas. Condenado por sua participação no caso, Gribkowsky recebeu uma sentença de oito anos e meio de prisão no ano passado, depois de ter sido considerado culpado de corrupção, sonegação de impostos, desvio de dinheiro e fraude fiscal.
Além disso, foi acusado de pressionar Ecclestone a lhe dar dinheiro, de usar fundos do banco Bayern LB para pagar uma comissão de US$ 41 milhões ao chefão da F1 e de concordar com o pagamento de mais US$ 25 milhões para a Bambino Trust, um companhia ao qual o dirigente estava filiado.