O esporte paraolímpico brasileiro perdeu nesta segunda-feira um de seus dirigentes mais importantes. Um enfarte matou o carioca Aldo Miccolis, de 78 anos, conhecido no movimento paraolímpico como "A Lenda". Seu trabalho começou em 1958, quando foi diretor do Centro Esportivo do Clube do Otimismo, no Rio. Era o embrião do Comitê Paraolímpico. Miccolis ajudou a criar a Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE).
Participou da fundação da Confederação Brasileira de Desportos para Cegos (CBDC), foi vice-presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) e era o atual presidente de honra da entidade. "Eu sou o João Havelange do movimento paraolímpico", comparava, citando o ex-presidente da Fifa e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Aldo se empenhava ultimamente em abrir um memorial paraolímpico na antiga sede do Clube do Otimismo, no bairro do Meier. "Guardo comigo a primeira medalha paraolímpica do Brasil e a bocha utilizada por Robson Sampaio e Luis Carlos Costa", dizia. A dupla a que se referia alcançou o pódio paraolímpico pela primeira vez na história em Toronto, em 1976.