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Mais sabor no prato

Saiba tudo sobre a pimenta, o tempero do amor

Redação Bonde
13 out 2011 às 11:22

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Tailandeses e coreanos são considerados os maiores consumidores de pimenta do mundo: cada pessoa come até oito gramas por dia - Reprodução
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No Brasil, o cultivo de pimentas era uma característica das tribos indígenas, já na época do descobrimento do país. Com a imensa variabilidade de pimentas nativas, certamente pode-se supor que diversas tribos cultivavam e colhiam pimentas. A prática do plantio de pimenta pelas tribos indígenas continua até hoje, como por exemplo, os índios mundurucus, da bacia do rio Tapajós.

Os registros mais antigos do consumo de pimentas datam de aproximadamente 9 mil anos, resultado de explorações arqueológicas em Tehuacán, México. Outros sítios arqueológicos pré-históricos (2500 A.C.) são conhecidos no Peru, nas localidades de Ancon e Huaca Prieta.

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Foram as rotas de navegação no período 1492-1600 que permitiram que as espécies picantes e doces de pimentas e pimentões viajassem o mundo. A globalização do conhecimento e do uso da pimenta tem, possivelmente, seu registro principal no livro de Historia Stirpium, escrito por Leonhartus Fuchsius em 1543, onde são apresentadas as primeiras ilustrações de pimentas com precisão científica.

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De 1500 para 2000, as sementes e frutos de pimentas e pimentões passaram a ser consumidas por povos de todas as origens, em quantidade crescente e em usos os mais diversos.

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As pimentas e os pimentões pertencem à família Solanaceae e ao gênero Capsicum. Este gênero possui de 20 a 25 espécies, normalmente classificadas de acordo com o nível de domesticação. O Brasil destaca-se por possuir ampla diversidade em todas as categorias


São quatro espécies domesticadas:

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Capsicum annuum var. annuum
Capsicum baccatum var. pendulum
Capsicum chinense
Capsicum frutescens


Três espécies semi-domesticadas:

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Capsicum annuum var. glabriusculum
Capsicum baccatum var. praetermissum
Capsicum baccatum var. bacctaum


Existem também de 8 a 10 espécies silvestres.

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Tempero do amor


Há quem utilize a pimenta como tempero do amor, por acreditar que seja afrodisíaca, e também os que juram que ela afasta o "mau-olhado".

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Hoje, tailandeses e coreanos são considerados os maiores consumidores de pimenta do mundo; o consumo atinge até oito gramas por dia por pessoa. Por aqui, não há dados sobre o consumo, mas o cultivo é feito em praticamente todas as regiões, com destaque para Bahia, Ceará, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul. As espécies de pimenta do gênero Capsicum - do qual também faz parte o pimentão - pertencem à família


A característica "ardida" da pimenta, chamada pungência, é exclusiva desse gênero e é atribuída a um alcalóide, a capsaicina, que fica acumulado na parte interna do fruto. A pungência das pimentas pode ser medida em Unidades de Calor Scoville (Scoville Heat Units - SHU), com aparelhos específicos. O valor SHU pode chegar a 300 mil, caso, por exemplo, da cumari-do-pará.

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Os frutos maduros são vermelhos, mas podem variar desde o amarelo até o preto, além de alaranjado, salmão e roxo. O formato varia segundo a espécie, e há frutos alongados, arredondados, triangulares e quadrados.


Espécies do gênero Capsicum mais cultivadas no Brasil


- Bode (C. chinense) - frutos arredondados ou achatados, vermelhos e amarelos. É muito picante e os frutos maduros são utilizados principalmente em conservas.


- Cambuci (C. baccatum var. pendulum) - frutos vermelhos em forma de campânula ou de sino. Com sabor adocicado, pode ser utilizada em saladas.


- Cumari-do-pará (C. chinense) - frutos triangulares e amarelos quando maduros. Bastante picante, é utilizada em conservas.


- Cumari-verdadeira (C. baccatum var. praetermissum) - frutos arredondados ou ovalados, vermelhos e muito picantes.


- Dedo-de-moça (C. baccatum var. pendulum) - frutos alongados e vermelhos. Sua pungência é baixa e é utilizada em molhos, conservas e desidratada, em flocos (calabresa).


- Jalapeño (C. annuum) - originária do México, com frutos grandes, sabor forte e pungência mediana.


- Malagueta (C. frutescens) - uma das mais cultivadas é vermelha, mede de 1,5 e quatro centímetros. Com pungência de média para alta, é a mais utilizada para "esquentar" o acarajé.


- Pimenta-de-cheiro (C. chinense) - frutos alongados, triangulares ou retangulares. A coloração também é variável (amarelo-leitoso ao preto), assim como a pungência (doce até muito picante).


Receitas básicas com pimentas


Pimenta no Vinagre


- 2 copos de vinagre branco de maçã ou arroz
- colher de sopa de açúcar
- 1 colher de chá de sal pimentas selecionadas


Modo de preparo:


Faça uma calda com o vinagre, o sal e o açúcar levando esta mistura para ferver por 2 minutos. Faça o branqueamento das pimentas. Coloque as pimentas num vidro esterilizado e jogue a calda quente de vinagre por cima. Deixe esfriar. Conserve na geladeira.


Pimenta no Azeite


- 1 xícara de azeite de oliva extra virgem
- 1 dente de alho picado 6 gotas de suco de limão pimentas selecionadas


Modo de preparo:


Retire as sementes, as veias e o talo das pimentas Frite o alho no azeite até ficar levemente dourado. Cuidado para não queimar. Coloque as pimentas num vidro de conserva deixando um espaço livre de 2cm. Aqueça uma xícara de azeite a 300 graus C. Enfie o cabo de uma colher no meio das pimentas e abra um buraco. Despeje o azeite quente, lentamente, para evitar que o azeite suba. Complete o pote com azeite até atingir 0,5 cm da boca e tampe bem firme. Deixe esfriar naturalmente. Conserve na geladeira.


(Fonte: Embrapa Hortaliças)


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