Além das calorias, o bacon é considerado carne processada com potencial cancerígeno, mas segundo o médico Rodrigo Schröder, é possível reduzir danos e incluí-lo na dieta
É difícil encontrar quem não goste de bacon. Ele é o par perfeito que dá sabor a várias receitas como hambúrgueres, já virou ingrediente até de sobremesas e ganhou um dia dele, celebrado em 31 de agosto. Rico em sabor na mesma proporção em que é rico em gorduras e calorias, é visto como um vilão da saúde e da dieta, mas não precisa ser.
Segundo Rodrigo Schröder, referência em medicina, performance esportiva e comunicação sobre saúde, o segredo é a moderação, o preparo e a estratégia de consumo.
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O bacon é uma fonte de gordura saturada, associada ao aumento do colesterol LDL, conhecido como o “ruim”. De acordo com o médico, de fato, pode ser danosa. “O excesso de gordura saturada pode levar a problemas como aterosclerose, resistência à insulina e inflamação crônica, todos fatores de risco para doenças cardíacas e metabólicas”, explica.
Porém, nem só de malefícios vive a gordura saturada. “Embora seja frequentemente vista como prejudicial, ela tem um papel funcional no organismo, incluindo a manutenção da integridade celular e a produção de certos hormônios. É fundamental que o resto da dieta seja rica em vegetais, frutas, grãos integrais, e fontes de proteínas magras para contrabalançar os efeitos negativos potenciais”, comenta.
Classificado como carne processada, o bacon ainda se encaixa em outra situação: a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), uma divisão da OMS (Organização Mundial da Saúde), relaciona carnes processadas como "carcinogênicas para humanos" (grupo 1), baseado em evidências suficientes de que o consumo causa câncer.
“Entretanto, é importante contextualizar que o ‘vilão’ não é o alimento isoladamente, mas o padrão alimentar como um todo”, pontua o médico. “O bacon pode ser incluído ocasionalmente em uma dieta balanceada, mas deve ser consumido com moderação e como forma de exceção, ideal evitar a frequência. Recomendo limitar o consumo a uma ou duas vezes por mês, no máximo.”
E, além disso, existe um modo ideal de preparo. Conforme Schröder, para minimizar os riscos, deve ser cozido em temperatura moderada. “Assim, evita-se a formação de compostos potencialmente cancerígenos que podem se formar quando a carne é preparada em altas temperaturas”. Também se deve escorrer o excesso de gordura, evitar o uso de óleo adicional e, se possível, optar por bacon de origem orgânica.
Apesar dos malefícios, a iguaria tem o lado bom para a saúde. “Ele fornece proteínas, vitaminas do complexo B (como B1, B2, B3, B6, e B12) e minerais como fósforo, zinco e ferro. Esses nutrientes são importantes para várias funções corporais, incluindo a produção de energia, a função imunológica e a formação de glóbulos vermelhos”, conclui.
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