No primeiro dia, apenas metade das 300 vagas ofertadas foram preenchidas; imunização será descentralizada a partir da próxima semana
O dia no Centrolab (Laboratório Municipal de Análises Clínicas) foi de muita choradeira para as crianças e de alívio para os pais. A Secretaria Municipal de Saúde iniciou, neste sábado (19), a vacinação contra a Covid-19 para o público entre seis meses e dois anos e 11 meses de idade. A distribuição das doses da Pfizer Baby estava marcada para começar às 8h30, mas teve gente que chegou bem antes do horário para garantir a imunização, mostrando que a conscientização e a informação são o primeiro e principal passo para o combate à pandemia.
A vendedora Vanessa Luzia de Oliveira trabalha no comércio, tem contato com muitas pessoas todos os dias e uma grande preocupação para ela sempre foi proteger a família do novo coronavírus. Ela e o marido agendaram a segunda dose de reforço para este sábado, o filho mais velho, de 14 anos, já recebeu três doses, mas faltava o caçula, Pietro, de dois anos e oito meses. A vez dele chegou agora e a mãe se disse aliviada por poder imunizar o pequeno, o primeiro da fila no Centrolab.
Leia mais:
Saiba quais doenças dão direito à isenção do Imposto de Renda
Centro de Doenças Infecciosas amplia atendimento para testes rápidos de HIV em Londrina
Saúde investiga circulação do vírus causador da Febre do Nilo no norte do Paraná
95% das pessoas diagnosticadas com HIV no Brasil não transmitem a doença
“Eu estava esperando. Estava ansiosa pela minha quarta dose, ansiosa para imunizar logo o mais velho porque ele vai para a escola. A gente se cuida, mas eu não sei o próximo. Quando vi no jornal que tinha liberado para menores de três anos, já fiz o agendamento para o Pietro”, contou Oliveira. “A máscara e o álcool gel estão na bolsa. Graças a Deus a Covid passou longe da minha família, mas a gente tem que se cuidar e a vacina é um meio de a gente se proteger um pouco mais.”
Gael, de dois anos e seis meses, também aguardava a sua vez de tomar a primeira dose da vacina. A mãe, a designer de sobrancelhas Karina Conceição de Alencar, havia agendado para tomar a quarta dose no mesmo dia, mas desmarcou para priorizar o filho, ainda desprotegido e frequentador de uma creche. “Em setembro, assim que abriu o cadastramento para a idade dele eu já fiz. Quando anunciaram que teria vacinação disponível hoje, resolvi aproveitar a oportunidade. Desmarquei a minha para trazer ele. A minha eu tomo depois, durante a semana.”
Alencar lembrou dos tempos mais difíceis durante a pandemia. O pai dela, antes de ser imunizado, foi contaminado, teve complicações e precisou ser intubado. Sobreviveu, mas com a vacina, acredita ela, as chances de agravamento da doença são menores. “Se as pessoas tivessem recebido a vacina antes, tinha diminuído o número de mortes no Brasil. Muitas pessoas faleceram por causa do atraso na vacinação. Eu e meu marido já temos as três doses, só faltava o Gael e não via a hora de liberar. Se acontecer alguma coisa com ele, será negligência minha porque eu sou a responsável e confio muito na vacina. Se tem disponível, vamos vacinar.”
O início da manhã de sábado foi bem movimentado no Centrolab, mas a procura está abaixo do esperado. Das cerca de oito mil crianças entre seis meses e três anos incompletos que vivem em Londrina, apenas mil foram cadastradas. E mesmo entre as cadastradas, os agendamentos foram menores do que a expectativa do município. A Secretaria Municipal de Saúde disponibilizou 300 vagas, mas apenas 150 foram preenchidas. “Infelizmente, a procura deste sábado ainda não está como esperávamos”, disse o secretário de Saúde, Felippe Machado.