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A vida de um agricultor

09 nov 2015 às 11:29
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O amigo Sergio Ranalli e eu estamos contando a história de trabalho de algumas pessoas em vídeo. O escolhido da vez é o Eliel, produtor de verduras.

Ele tem uma saga muito bonita. Ralou para comprar o pequeno pedaço de terra onde trabalha com a família. Assista ao vídeo, acho que você vai gostar. E, se quiser saber mais da história dele, leio o texto logo abaixo. Produzi em 2010, quando trabalhava na Folha de Londrina.

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Profissão: Jornalista

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Atire a primeira pedra


Para fazer jornal, nós da FOLHA e de qualquer outro veículo de informação dependemos de boas fontes. Quando as encontramos, tratamos de cultivá-las com carinho. São preciosas. Lá pelas bandas do Patrimônio Selva, na Zona Sul de Londrina, temos o Eliel dos Santos Silva, 43 anos, (idade atualizada para 2015) um plantador de verduras sempre solícito e paciente conosco, jornalistas.

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Se é tempo de seca, recorremos a ele para saber das perdas na horta. Choveu demais? Vamos bater um papo com o seu Eliel. Vem a geada e lá está ele dando entrevistas. É a dura rotina do homem do campo sendo retratada pela imprensa.


Mas acontece que outro dia o simpático verdureiro comentou, de brincadeira, com a fotógrafa Olga Leiria que poderíamos aparecer por lá também quando não fosse tempo de desgraça sobre a plantação.

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Ora, não nos fizemos de rogados e desembarcamos por lá, desta feita para falar do agricultor e não da lavoura. Mas, tá uma chuvarada lascada e de novo os plantadores de hortaliça estão levando prejuízo... Por ora deixaremos isso um pouquinho de lado. Agora, conta a sua saga, Eliel.


E ele narra. Filho e neto de agricultores, foi na barraca de feira da família, vendendo hortaliças, ainda adolescente, que se apaixonou por uma menina bonita, a Luzia, que vendia frios quatro barracas adiante. Teve troca de olhares, de copinhos de café e logo de alianças. Casaram. Ele com 16, ela com 18.

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Veio a vontade de crescer e deixar de trabalhar com os parentes. Foi aí que, meio de repente, apareceu um colega de feira, o Nakahoto, que emprestou US$ 500 a fundo perdido para que o Eliel pudesse arrendar um pedaço de chão. Feito isso, arregaçou as mangas junto da mulher e foi trabalhar. Vieram os filhos: Cristiane, Mateus e Misael.


Agora a meta era ter o próprio chão, comprar um sítio. A ideia da moda era ir para os ''States''. Não conseguiu visto de jeito nenhum. Porém, tinha serviço na lavoura de morango na Inglaterra, onde com muito esforço seria possível juntar uma grana para comprar o sítio. Daí, o verdureiro de Londrina fez uma rota muito usada por quem imigra em situação ilegal para terras britânicas, desembarcando na França para depois tentar entrar na ''terra da rainha''.


Não deu certo. Foi interceptado e barrado pelas autoridades britânicas. Teve que voltar, com menos dinheiro no bolso e com vergonha da família por ter falhado. Ao contrário, foi recebido como herói pelos seus. Ergueu a cabeça e trabalhou com afinco. Quando tudo estava difícil, foi contemplado no consórcio que fez dos três alqueires de terra, que tinha encontrado por meio dos classificados da FOLHA, no Patrimônio Selva, e que hoje são dele, da Luzia e dos filhos.

Essa é a história de uma das nossas fontes. De luta e suor, como a dos nossos leitores.


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