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Viva a Londrina rural

06 set 2014 às 09:36

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Vasculhando os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constatei que o Censo de 2010 contabilizou 13.181 londrinenses morando na zona rural. Enquanto isso, neste mundo de concreto que chamamos de zona urbana de Londrina, havia 493.520 almas na contagem feita faz quatro anos.


Mas, se hoje somos majoritariamente urbanoides, é certo que nossa cidade deve muito à fertilidade de seu solo e às enxadas dos milhares de pioneiros que acreditaram na propaganda da Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP).

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O trabalho, e quanto trabalho, de homens, mulheres e até crianças nesta terra vermelha fez brotar o café, mola propulsora de tudo, depois os grãos e outras culturas. Agora, a "Filha de Londres" ganha fama também pelos muitos prédios de alvenaria, cada vez mais altos, que se erguem em suas terras.

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Profissão: Jornalista

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Atire a primeira pedra


Escrevo estas linhas espiando pela janela e vendo as gruas da região da Palhano. É impossível não parar para pensar que Mábio Palhano, outrora dono da fazenda que acabou virando bairro, chegara aqui antes até da caravana pioneira dos ingleses, quando tudo era uma densa mata e nada mais. E, do ponto de vista histórico, faz tão pouco tempo!

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Por falar na tal caravana, no dia 21 de agosto de 1929, depois de deixar Jataizinho usando canoas para atravessar o Tibagi, o funcionário da CTNP George Craig Smith (1909-1992) e os homens que o acompanharam sofreram para chegar às terras adquiridas pelos ingleses, distantes apenas 22 quilômetros.


Smith deixou ao Museu Histórico um relato maravilhoso daquela empreitada. Vejamos um trecho: "A viagem foi lenta, pois o picadão dentro da floresta fechada era todo cheio de buracos e lama. Depois de muitas horas de marcha lenta, o engenheiro Dr. Alexandre Razgulaeff, jovem russo e dinâmico, olhou para os seus mapas, parou a turma e disse: ‘Chegamos’. Perguntamos-lhe: ‘Chegamos aonde?’, pois era tudo floresta fechada ao nosso redor. ‘Chegamos na divisa das terras da Cia. de Terras Norte do Paraná.’" O texto completo está disponível em http://www.uel.br/museu/george_smith.html. É imperdível.

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Daquilo que era tudo "floresta fechada ao redor", cresceu, em apenas 85 anos de colonização, a segunda maior cidade do Estado. Eu não me canso de me impressionar com esta saga, sobretudo nestes dias, quando estamos tão próximos de completar os 80 anos da nossa transformação em município.


Com o tempo, acompanhando a tendência nacional, a cidade foi se inchando de gente e a área rural se esvaziando em demografia, mas não em importância.


Nosso campo continua produzindo barbaridade, destacando-se nas commodities e também na agricultura familiar. No momento em que você lê este texto, na Warta, em Lerroville, Irerê, Paiquerê, Guaravera, São Luiz, Patrimônio Selva, Taquaruna, Maravilha, Espírito Santo, Três Bocas, Limoeiro, Heimtal, Regina ou qualquer outro cantinho da nossa zona rural, alguns daqueles 13.181 cultivam o alimento que logo mais estará no seu prato.

Texto publicado originalmente na coluna "Um dedo de prosa", do suplemento Folha Rural, da Folha de Londrina de 6/9/2014.
Ilustração: Marco Jacobsen


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