Faltando quatro dias para a eleição que apontaria a nova diretoria, a casa caiu de vez no Londrina Esporte Clube com a bomba soltada pela Justiça do Trabalho. Devido a muitas e muitas irregularidades na vida do clube e por causa do não cumprimento do acordo com a própria Justiça Trabalhista, a eleição foi impugnada e toda diretoria do LEC e o seu Conselho Deliberativo foram destituídos.Trocando em miúdos, a Justiça do Trabalho promove agora uma intervenção total no Londrina Esporte Clube.
O clube vivia sob uma intervenção parcial desde 27 de outubro de 2006 e isso não bastou. O presidente Peter Silva e seus diretores não cumpriram o acordo, o interventor Rubens Moretti não foi respeitado, obscuridade administrativa teve continuidade e o resultado foi extremo. A verdade é que a diretoria do Londrina brincou com fogo ao desrespeitar a autoridade de Rubens Moretti como interventor e a novela teve um trágico final para o Tubarão. Com a eleição suspensa e a diretoria destituída, o futuro do Londrina passa ser mais incerto ainda.
Alguns dos motivos que fizeram a Justiça do Trabalho tomar tal decisão: perdão da dívida dos sócios patrimoniais, com a criação da taxa de R$. 50,00 para ter direito ao voto; descaso total às determinações do acordo trabalhista; atraso de pagamento aos jogadores e funcionários; crescimento das dívidas trabalhistas e depósitos de dinheiro do Londrina em contas particulares.
Ainda mais: falta de recolhimentos dos 15% da JT no patrocínio da Juntas Santa Cruz, do pagamento de taxa permanência de um jogador japonês nas categorias de base, da taxa de empréstimo do Estádio do Café ao Atlético Paranaense e de R$ 30 mil correspondentes a vendas de ingressos – e a dispensa de funcionários sem as devidas baixas contratuais e os pagamentos de direitos. Com a destituição da diretoria, Peter Silva não tem mais poderes no clube, mas terá que responder pelas responsabilidades não cumpridas.
Quanto ao futuro do clube, tudo ficou mais nebuloso ainda. Entendo que o Londrina vai partir para conseqüências extremas. Ou alguém (no caso algum grupo) apresenta um projeto real que seja do agrado da Justiça Trabalhista e a reconstrução começa – ou ninguém mais aparece, o clube continua nas mãos do interventor até as soluções financeiras (com a venda da Sede Campestre) e acaba depois.
Não descarto a possibilidade do Londrina acabar de vez o que será uma irreparável perda para a cidade. Mas uma coisa é certa: do jeito que estava não dava para ficar, mesmo!