A Assembleia Legislativa (Alep) aprovou nesta terça-feira (28), em primeira e segunda discussões, o título de Cidadão Honorário ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Na segunda votação, o projeto recebeu 28 votos favoráveis e 9 contrários.
O deputado Arilson Chiorato, presidente estadual do PT, votou contra o título e ressaltou, em sua fala, os motivos pelos quais Bolsonaro não deveria receber o título. Na avaliação do parlamentar, o ex-presidente não cumpre nenhum requisito exigido pelo Regimento Interno para a concessão de título de cidadania honorária, como ação destacada em filantropia; contribuição ao desenvolvimento das ciências, letras e cultura e biografia com registro de postura ética ilibada e respeito a democracia e as instituições.
“Bolsonaro mobilizou uma parcela de fanáticos para agredir a democracia. Planejou a tentativa de golpe de 8 de janeiro. Negou a ciência de forma veemente. Criminalizou os educadores. Zombou das pessoas que estavam morrendo com Covid-19. Desrespeitou as mulheres. Criminalizou a classe política. Nós vamos dar um título para um cidadão com esta biografia? A Assembleia vai manchar seu nome ao dar um título para este cidadão!”, ressaltou deputado Arilson.
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Para ele, a concessão da honraria a Bolsonaro é uma vergonha para o Paraná. “Este projeto nem deveria estar pautado. Temos tantos temas importantes e vai votar um título para um sujeito que tanto mal fez às pessoas. Isso tira o brilho dos títulos dados a pessoas dignas. É uma vergonha para este parlamento e mais ainda para o governo do estado ao orientar voto favorável. É uma afronta ao povo paranaense. Nós votamos contra!”
Da tribuna, o líder da Oposição, deputado Requião Filho (PT), também repudiou a proposta e disse que o lugar de Bolsonaro é na Papuda. “Eu vejo deputados aqui querendo homenagear certas pessoas. Pessoas que, para mim, são deploráveis, que o único reconhecimento que mereciam são do Ministério Público e da Justiça, seguido por alguns anos na Papuda. Tem coisas mais importantes para debatermos aqui. Não se preocupam com o aumento de impostos, geração de empregos, com a saúde, mas sim com esse discurso eleitoreiro, com essa polarização”.
Da mesma forma, o deputado Goura, presidente do PDT Paraná, defendeu voto contrário. “O PDT foi o autor da ação que resultou na inelegibilidade de Bolsonaro pelos próximos 8 anos. Caso seja aprovado, daremos a cidadania honorária a um cidadão condenado pelo TSE. Nosso voto é não, pelo Brasil e pela democracia”.
Votaram contra os deputados Ana Júlia (PT), Arilson Chiorato (PT), Dr. Antenor (PT), Goura (PDT), Luciana Rafagnin (PT), Márcia Huçulak (PSD), Marli Paulino (SD), Professor Lemos (PT) e Requião Filho (PT).