LGBTQIA+, a princípio esta sigla pode parecer uma mera composição de letras, mas a verdade é que aborda muito mais do que simplesmente parte do alfabeto. A junção de letras representa todos os indivíduos que não se enquadram no padrão heteronormativo, e que, mesmo sendo de idades, nacionalidade e culturas distintas, se unem por esta sigla que aborda não somente um termo, mas sim toda uma luta histórica por direitos e respeito.
Mas o que cada letra quer dizer?
O L representa a orientação sexual lésbica (mulheres que se sentem atraídas por outras mulheres), a letra G representa os gays (homens atraídos por pessoas do mesmo sexo); B refere-se às pessoas bissexuais (atração tanto pelo sexo feminino quanto pelo masculino); a letra T representa os transexuais (pessoas que não se identificam com o gênero corpóreo com o qual nasceram). A sigla se estende entre outras letras, lembrando de queers, intersexuais, assexuais, entre outras, tentando fazer jus ao menos à orientação sexual daqueles que muitas vezes sofrem repressão social simplesmente por ser quem são.
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Este mês, junho, é celebrado pela comunidade de uma forma especial, sendo o dia 28 do mesmo mês, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, data que relembra as lutas da comunidade e é homenageada com paradas, publicações, entre outras formas que variam de cada indivíduo, por membros da comunidade de todo o mundo.
Dia Internacional do Orgulho
Há algumas décadas, não muito tempo atrás, a comunidade LGBTQIA+ enfrentava os preconceitos em seu dia a dia com uma frequência ainda maior do que hoje em dia; são vários os casos isolados, mas um se destaca na memória da comunidade. Na década de 1960, a homossexualidade foi abordada como um transtorno mental por diversas camadas políticas da época, tendo regiões dos Estados Unidos, por exemplo, que tinham orientações divergentes ao padrão heteronormativo de forma criminalizada a partir de leis discriminatórias.
Neste contexto, parte da população queer encontrava nos ditos ‘bares gays’ um lugar onde podiam ser quem realmente eram; entretanto, a intervenção policial era frequente em alguns casos e um deles foi como um grito por respeito para a comunidade LGBTQIA+. O comunicólogo e pós doutor em Gênero, Sexualidade e Teoria Queer, Reginaldo Moreira, explica que em 28 de junho de 1969 ocorreu “a Revolta de Stonewall, liderada por duas mulheres travestis, Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera, em uma perseguição policial em um bar que elas frequentavam”.
O bar Stonewall Inn, onde ocorreu a perseguição, localizava-se em Greenwich Village, uma das regiões mais frequentadas pela comunidade queer em Nova York na época, não sendo um local somente para gays, mas sim para todas as camadas marginalizadas pela sociedade da época. O local era quase como um refúgio ao preconceito diário “não somente da comunidade LGBT+, ali também tinha a comunidade negra, os pobres, os corpos queer de forma geral, os corpos dissidentes que frequentavam esse bar”, explica o pós doutor.
Na noite de 28 de junho de 1969, o bar Stonewall Inn recebeu novamente uma ‘batida policial’, como já corriqueiro, pretendendo apreender bebidas alcóolicas, além de levar à prisão clientes do local. Entretanto, as pessoas decidiram não se calar, mas sim clamar por respeito e igualdade; “eles resolvem fazer um levante para continuar frequentando ali sem a repressão policial”.
A data ficou conhecida como Revolta de Stonewall, sendo relembrada mundialmente todos os anos atualmente como O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.