O WhatsApp liberou nesta terça-feira (05) uma atualização que deixou o aplicativo mais seguro para os seus mais de um bilhão de usuários. De acordo com o Facebook, que é dono do software de mensagens, o update torna ainda mais poderosa a criptografia por trás de mensagens de texto, voz, arquivos compartilhados e até chamadas. Isso significa que tudo que um usuário envia a outro dentro do aplicativo está livre da interferência de hackers, de interceptações e espionagem. Nem mesmo os funcionários da empresa conseguem ter acesso ao conteúdo.
A mudança deve intensificar os debates com as autoridades, que acusam as empresas de tecnologia de se negarem a entregar mensagens, mesmo sob ordem judicial. Em dezembro do ano passado, o WhatsApp foi bloqueado por 48 horas em todo o Brasil, sob justificativa de que o serviço estaria se recusando a colaborar em um processo que envolvia quebra de sigilo.
Além desse episódio, o vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Dzodan, foi levado pela Polícia Federal, há algumas semanas, para prestar esclarecimentos sobre a recusa do WhatsApp em entregar informações de usuários investigados em uma operação contra o tráfico de drogas. Na época, a decisão foi taxada como "extrema".
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"Embora reconheçamos o importante trabalho da Justiça em manter as pessoas seguras, os esforços para enfraquecer a criptografia arriscam a exposição de informações dos usuários ao abuso de criminosos virtuais, hackers e regimes opressivos", justificou o CEO da empresa, Jan Koum.
Com todos esses acontecimentos, a companhia decidiu investir na segurança de seus usuários, já que em seu início, a rede social já foi uma das mais inseguras do mundo. Quando foi lançada, todas as mensagens eram transmitidas em texto simples e qualquer pessoa na mesma rede que um usuário do WhatsApp (por exemplo, na mesma Wi-Fi) poderia, com algumas ferramentas simples, monitorar todas as conversas.
Depois, com diversas mudanças em seu sistema, o aplicativo se tornou um pouco mais seguro. O WhatsApp tinha acesso ao conteúdo das mensagens, mas, em trânsito, a informação ficava "embaralhada", o que ainda dava a brecha para a rede social cumprir ordens da Justiça que solicitassem o conteúdo das conversas.
Agora, com o novo sistema, a transmissão ocorre totalmente codificada, o que é chamado de criptografia de ponta-a-ponta e, na prática, a empresa não pode cumprir ordens judiciais que solicitem conversas de usuários. A única maneira da polícia obter o conteúdo compartilhado é por meio da apreensão do celular, mas, como os aparelhos também usam criptografia, acessar esses dados pode ser um desafio. A novidade no Whatsapp vale para todas as versões do aplicativo, até a de antigos celulares com o sistema Symbian, da Nokia. (Com informações do CanalTech e G1)