O advogado Décio Vanderlei Nogueira, 35 anos, foi preso na manhã deste sábado pelo sequestro dos estudantes Tiago Garcia Fonseca e Celso Garla Filho, ocorrido no início do mês. Ele foi detido às 9h30, enquanto aguardava por atendimento médico na Santa Casa de Londrina.
Nogueira trabalhava no mesmo escritório do advogado Celso Garla, pai de uma das vítimas. O delegado operacional Sérgio Luiz Barroso, da 10ª Subdivisão Policial, fez o pedido de prisão provisória por 30 dias.
Um estagiário de Direito, cujo nome não foi revelado pela polícia, estava com Nogueira no hospital. De acordo com o delegado Sérgio Luiz Barroso, ele seria ouvido na tarde deste sábado como testemunha. Ele estaria na Santa Casa para prestar assistência ao advogado. A polícia não acredita que ele esteja envolvido no sequestro.
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O delegado Barroso afirmou não ter dúvida que Nogueira está envolvido no sequestro. Segundo ele, os estudantes tiveram contatos com outro sequestrador, além de Nogueira. Para o delegado, mais três ou quatro pessoas podem estar envolvidas no crime.
Tiago e Celso foram mantidos em cativeiros durante cinco dias. Nos primeiros dias, eles ficaram na Mata do Godoy. Em seguida, uma casa ainda não identificada pela polícia foi usada para manter os sequestrados. Na noite do dia 3, eles foram levados para o próprio apartamento do advogado Nogueira, no Residencial San Pablo.
Para levar os jovens para dentro do apartamento, Nogueira utilizou seu carro, um Vectra verde e uma motocicleta. Tiago e Celso teriam sido levados do segundo cativeiro até as proximidades do prédio no carro. Para passar pela portaria, Nogueira levou um de cada vez na garupa de uma moto, com capuz e capacete.
Na noite do dia 5, os estudantes foram libertados próximo à torre da Telepar, na avenida Madre Leônia Milito. Segundo Barroso, as vítimas confirmaram que no dia da libertação eles teriam sido transportados rapidamente, o que indica que o cativeiro seria perto daquela região.
O delegado levantou o nome dos moradores do prédio, e lá estava o nome do advogado Nogueira. Seguindo as pistas, a polícia fez campana na frente do prédio e do escritório de advocacia, na rua Espírito Santo, para tentar localizar os sequestradores.
Na noite de sexta-feira, o Vectra verde, de Arapongas, placas GQV-7591, foi avistado pelos policiais, nas proximidades do Residencial San Pablo, mas o motorista conseguiu fugir.
Com mandado expedido pelo juiz substituto Geraldo Peixoto, os policiais entraram no apartamento, que foi reconhecido por uma das vítimas. Por causa das provas materiais, objetos de madeira de decoração, relógio de parede, roupão e bebidas.
Por ter uma pessoa próxima a família, os sequestradores tinham informações constantes sobre as movimentações policiais durante a investigação. Segundo o delegado, o advogado Celso Garla teria declarado estar chocado e abalado ao saber da participação de Nogueira no crime. Ele foi autuado por extorsão mediante sequestro, crime cuja pena varia de 12 a 20 anos de prisão.
O advogado Décio Nogueira negou, na manhã deste sábado, ter qualquer participação no sequestro e disse estar sendo injustiçado. O advogado será interrogado ainda hoje pelo Grupo Tigre, especializado em sequestros, e pela Polícia Civil de Londrina.
Durante a manhã, os policiais do grupo especializado levaram o advogado para reconhecer um local na mata. Eles retornaram à delegacia cerca de uma hora depois.