A Polícia Civil abriu inquérito para apurar a morte de um rapaz baleado por guardas municipais na zona norte de Londrina na noite de terça-feira (10). Adriano Neris, 33, estava em surto psicótico quando foi atingido e morreu no local.
Conforme o secretário municipal de Defesa Social, Pedro Ramos, os guardas municipais deram apoio a equipe do Samu chamada para prestar atendimento ao jovem. Durante a tarde, a equipe médica já havia ido até a residência, mas o rapaz fugiu. Segundo Ramos, à noite a família acionou novamente o Samu e uma enfermeira chegou a ser ameaçada com uma faca. Os guardas municipais foram então chamados para auxiliar o atendimento.
LEIA MAIS
Guarda Municipal e Polícia Civil abrem investigações
Leia mais:
Secretaria do Idoso oferta passeios temáticos de Natal em Londrina
Paraná Empreende Mais abre inscrições para curso de tecnologia e inovação em Londrina
Conferência do Meio Ambiente será neste sábado em Londrina
Novos furtos de fios comprometem trincheira da Leste-Oeste e Parque Arthur Thomas em Londrina
"Foi quando ele avançou contra um dos guardas no portão da casa. Nesse primeiro momento, foi feito o uso do equipamento não letal, o eletrochoque, mas não surtiu efeito. Apenas fez com que ele diminuísse essa agressão e se deslocasse para o interior da residência dizendo que iria matar as pessoas e depois iria se matar", detalha o secretário.
Após algumas tentativas de diálogo com o rapaz, ele passou a atirar objetos contra as equipes. Ramos contou que facas, uma pá, materiais de construção e produtos inflamáveis foram jogados e a arma de eletrochoque foi utilizada novamente por um dos guardas.
O rapaz, porém, não teve a reação esperada. Em vez de permanecer imobilizado, Neris alcançou uma faca e atingiu um dos guardas na cabeça. Dois GMs dispararam contra o rapaz.
"Foi feito novamente um outro uso de arma não letal contra ele nas pernas e, ainda assim, ele continuou investindo com a faca. Para preservar a vida dos guardas e de um parente que também interferiu na situação, foram feitos disparos de arma de fogo. Os médicos atenderam no local, mas ele morreu", relata.
Neris era usuário de drogas e a família teria relatado aos guardas vários episódios de agressão. Para o secretário, em uma avaliação preliminar, a equipe seguiu o protocolo e não teria havido excessos na ação. Ao todo, três disparos foram efetuados.
"Quando você tem que usar uma arma de fogo, há várias técnicas de treinamento. Um disparo ou dois disparos. Um guarda fez um disparo. O outro fez dois. Simultaneamente. Esses dois disparos não foram excesso por si só. Foram dentro da técnica de tiro feita com Policiais Militares e Guardas Municipais", justifica. Conforme o IC (Instituto de Criminalística), Neris foi atingido no tórax, no braço, nas costas e na perna.
Os guardas envolvidos serão encaminhados para atendimento psicológico para verificar a necessidade de afastamento das funções.
"Internamente, vamos abrir um procedimento para que fique consolidado qual foi o ‘modus operandi’, as medidas que os guardas adotaram e a progressão da força que foi usada, não apenas para deixar bem claro para a população qual é o trabalho da guarda, mas para salvaguardar situações futuras, se eventualmente houve alguma falha no atendimento, poderemos corrigir no futuro", explica. O guarda ferido foi atendido no Hospital do Coração e liberado em seguida.