Um terreno da prefeitura de Londrina, considerado como utilidade pública e cedido à Associação Unidos Venceremos Juntos aos Moradores e Amigos do Jardim Leonor (zona oeste) está sendo utilizado como depósito de entulhos e lixo. A denúncia foi feita pelo supervisor patrimonial da Empresa de Fiação Bratac, Riltom Yoshida. O terreno é vizinho à Bratac e vem causando prejuízos e incômodos à empresa.
Segundo Yoshida, desde junho do ano passado, a Bratac tenta solucionar o problema. Já encaminhou correspondência às secretarias municipais de Obras e do Meio Ambiente (Sema), Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e até registrou ocorrência na 10 Subdivisão Policial de Londrina. A queda, pela segunda vez, do alambrado que divide os dois terrenos foi a gota d'agua. ''Eu alertei que isso ia acontecer'', desabafou o supervisor.
Ele ainda apontou outro problema no local, que coincide com a nascente do Ribeirão Quati. ''Quando chove, a água escoa e vai direto para o ribeirão, poluindo a água'', descreveu. Para amenizar o problema, a Bratac fez uma barreira de contenção que evita que a água do terreno atinja o Quati, uma vez que a empresa utiliza a água do ribeirão no processo industrial.
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A Secretaria de Obras explicou que não cuida desses casos, mas apenas da aprovação de obras particulares e construção. A Sema disse que já autuou a empresa que faz o despejo de entulhos em R$ 10 mil e também a presidente da associação, Maria Inês Ribeiro. ''Já é caso de polícia, a empresa pode até perder o alvará de serviço'', declarou o secretário do Meio Ambiente, João Mendonça.
Andrew Pinheiro Neto, chefe-regional do IAP, disse que já foi encaminhado pedido de verificação da situação mas ainda não houve retorno. ''O fiscal está com medo de ir lá, por causa da violência registrada na região. Orientamos que fosse acompanhado pela Polícia Florestal'', ponderou.
O dono da empresa acusada de jogar entulhos explicou que possui documento concedido pela associação, autorizando o depósito de entulhos no local, para servir de base para um parque. E complementou: ''estou fazendo um favor para eles (associação). Jogo mais terra que entulho lá''. Ele ainda afirmou que não recebeu nenhuma autuação e que ''se alguém tem que ser autuado é a associação''. Além disso, também acusou outras empresas por depositarem lixo no terreno.
A presidente da associação, Maria Irene Ribeiro, explicou que o terreno será utilizado como área de lazer e a empresa de caçambas estaria colaborando para aterrar o local. Segundo ela, a intenção é fazer um parquinho infantil e deixar espaço para jogo de bocha e campo de esportes. ''Quando o poder público abandona uma área alguém tem que lutar'', declarou, acrescentando que a Bratac ''deveria ajudar ao invés de criar problemas''. Questionada se recebeu a autuação, ela foi enfática: ''Recebi, não assinei e nem vou assinar, não estou ligando para nada''.