O prefeito Barbosa Neto (PDT) vai encaminhar um projeto à Câmara Municipal para subsidiar parte dos serviços do transporte público. A medida visa reduzir o valor da tarifa em R$ 0,05. Pela proposta, a passagem passaria de R$ 2,25 para R$ 2,20. As empresas haviam pleiteado reequilíbrio econômico. Cálculo apontou para R$ 2,35.
O pedetista explicou que a prefeitura iria assumir despesas das empresas que exploram o serviço, concedidas por meio dos benefícios do meio-passe de estudantes e gratuidade para idosos e portadores de deficiência. Barbosa adiantou que a desoneração faz parte de uma readequação pedida pela governo federal. "Estamos anunciando modernização das ações do município no sentido de se adequar a um projeto de lei que está para ser sancionado pela presidente Dilma (Rousseff), de que se os municípios desonerarem os impostos das tarifas, teremos benefícios", disse.
Barbosa falou em usar o aumento da arrecadação para custear essas despesas. Ele também disse que esse é mais uma ação da prefeitura para melhorar o sistema do transporte coletivo em Londrina. No último ano foram criadas faixas exclusivas para ônibus, deixando algumas linhas mais rápidas. Balanço apresentado pela CMTU aponta que houve aumento de 1% no número de passageiros no último ano.
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Para ser aprovada, a proposta ainda precisa passar pelo aval da grande maioria do plenário da Câmara. Pelos menos seis vereadores estavam presentes no anúncio dando apoio ao prefeito. "Esse é um projeto de interesse público. Para não onerarmos os cofres do município, não convocaremos sessão extraordinária. Nós esperamos que logo no primeiro dia (de sessões), quando esse trabalho for retomado, tenhamos a compreensão de todos para que esse projeto seja aprovado", salientou.
Metrolon pede equilíbrio
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Londrina (Metrolon) considerou boa a ideia do prefeito Barbosa Neto. Porém, as empresas de transporte precisam entender de que forma isso será feito e compreender como a CMTU chegou ao custo tarifário de R$ 2,35, já que em suas simulações efetuadas com base na planilha da CMTU de 2010, as empresas chegaram a uma necessidade de recomposição tarifária de R$ 2,46.
Nas simulações realizadas pelas empresas, usando como base a própria planilha da CMTU de janeiro de 2010, apenas atualizando os valores da referida planilha que tiveram alterações, na renovação da frota, no aumento de passageiros em 0,80% e no aumento de quilometragem em 3% foi encontrado um valor de R$ 2,41 e mais os cálculos com as perdas sofridas pelo sistema no ano de 2010, quando, por determinação do TJ do Paraná, a tarifa de R$ 2,25 retornou para R$ 2,10 durante quase 4 meses. O retorno ao valor correto ocorreu em agosto de 2010. Somando essas perdas, a tarifa ficaria em R$ 2,4607.
Para que as operadoras do sistema de transporte coletivo de Londrina tenham condições de opinar com mais propriedade e avaliar o seu equilíbrio econômico-financeiro com as mudanças propostas pelo prefeito Barbosa Neto, somente de posse da planilha de recomposição tarifária da CMTU, que apontou a tarifa de R$ 2,35.
O que as empresas precisam calcular é se a tarifa de R$ 2,20 mais o subsídio dos R$ 0,15 restantes para fechar a conta em R$ 2,35 apresentados pela CMTU vai garantir o equilíbrio econômico-financeiro do sistema.