Os cinco vereadores integrantes do Comitê Municipal de Combate à Dengue ingressaram nesta semana com um projeto de lei que determina que os proprietários de ferros-velhos de Londrina coloquem coberturas em seus estabelecimentos. A Secretaria Municipal de Saúde considera essas áreas potenciais focos de dengue, pois a lataria pode acumular água com as chuvas.
''Na verdade, esse projeto será um parágrafo extra na Lei Municipal nº 8.815, que já tratava das responsabilidades sobre a dengue. E a obrigatoriedade da cobertura será aplicada a outros estabelecimentos, como depósitos de papel velho e de plástico'', explica o vereador João Dib Abussafi Filho, que propôs o projeto de lei. A Lei nº 8.815 prevê uma série de penalidades para quem não toma providências contra a dengue em suas propriedades, que vão de advertência à cassação do alvará do imóvel.
O projeto é assinado também pelos vereadores Tercílio Turini (PSDB), Márcia Lopes (PT), Maurício Barros (PT) e Orlando Bonilha (PL). O prazo normal da chegada de um projeto de lei à votação é de 30 dias, mas Abussafi acredita que desta vez a espera será menor. ''Apressaremos tudo para que o projeto seja votado em 15 dias'', argumenta o vereador. A idéia do grupo de vereadores é que as coberturas sejam desmontáveis, de madeira ou de estrutura metálica. Abussafi estima que existam 150 ferros-velhos em toda a cidade.
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O projeto, entretanto, é refutado por boa parte dos proprietários deste tipo de estabelecimento. ''Gastaria R$ 300 mil só num barracão pré-moldado pra cobrir tudo. Sem falar que o terreno é alugado. Eu não faria uma obra dessa num espaço que não é meu'', critica Sandoval de Paula Benossi, dono de um ferro-velho na Avenida Dez de Dezembro. Ele acredita que o projeto de lei dificilmente vingará porque ''90% dos ferros-velhos de Londrina são descobertos. Essa idéia é inviável'', afirma.
Luiz Carlos Messas Júnior, dono de um ferro-velho na Vila Casoni (região central), acredita que as visitas regulares que a Secretaria de Saúde realiza de 15 em 15 dias nestes estabelecimentos é suficiente. ''Água, sempre junta um pouco, mas estamos atentos, furamos os monoblocos. Calculo que gastaria R$ 30 mil para cobrir o ferro-velho todo. Os proprietários teriam que repassar esse custo aos consumidores'', explica Messas.