A Casa de Custódia de Londrina (CCL) recebeu nesta segunda-feira mais 25 presos transferidos do 2º Distrito Policial (DP). A CCL, que foi construída para abrigar 288 detentos, soma agora 405. Essa foi a segunda etapa das transferências, que começaram no sábado, com a remoção de 20 presos. O 2º DP tem capacidade para 65 detentos, mas até esta segunda estava com 159.
A operação começou por volta das 14 horas. Do lado de fora do 2º DP, vários familiares aguardavam apreensivos a transferência, tentando espiar o movimento interno pelas frestas do portão. A dona de casa Brasilina Soares de Oliveira, mãe de um rapaz preso há 15 dias por furto, não sabia se seu filho estava na lista de remoções. ''Eu não quero que ele saia daqui. A Casa de Custódia fica muito longe e eu não tenho dinheiro pra ir de ônibus até lá'', lamentou a mulher, moradora do Jardim Interlagos (zona leste).
Dentro do 2º DP, os agentes tentavam acomodar os 25 presos nas viaturas, contando com um número insuficiente de algemas. Os detentos que permaneceram nas celas gritavam palavras de alívio, como ''demorou!''. Os que iam embora demonstravam apreensão quanto à transferência. ''Não somos perigosos. Aqui é tudo 157 (referência ao crime de roubo à mão armada)'', disseram quatro presos colocados numa viatura. Segundo o delegado-adjunto da 10ª Subdivisão Policial (SDP), Jorge Barbosa, estão sendo removidos os detentos com processo judicial mais adiantado e alguns considerados perigosos.
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''O ideal seria transferir um número maior, mas com 73 presos a menos já dá para trabalhar'', afirmou Barbosa. Nesta terça, outros 28 homens serão transferidos para a Casa de Custódia. Com os novos presos, cada cela da CCL passa a acomodar seis pessoas, ao invés de quatro. Segundo o vice-diretor da CCL, major Raul Vidal, será necessário contratar mais agentes de disciplina, além de assistente social, psicóloga e equipe técnica.
A alimentação dos presos transferidos continua a cargo da empresa responsável pela comida do 2º DP. Com isso, cria-se mais um transtorno: diariamente, no almoço e no jantar, um agente de segurança da CCL tem que ir à empresa de alimentação, onde gasta duas horas para fiscalizar cada prato. ''É um agente a menos garantindo a segurança aqui dentro'', apontou o major.
O vice-diretor informou que o número de presos da CCL deverá diminuir depois que a Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) disponibilizar 45 vagas, o que pode ocorrer ainda nessa semana. O número corresponde aos presos que serão transferidos da PEL para a Colônia Penal Agrícola, em Curitiba.