Muitos comerciantes estão preocupados com a nova investida da prefeitura em regulamentar a situação dos quiosques do Calçadão. Agentes da CMTU notificaram 42 proprietários de quiosques na manhã desta quarta-feira (3).
No documento, a Companhia manifesta desejo de 'revogação da permissão' de uso para 'realizar processo licitatório'. Além de abrir edital, a CMTU também pretende padronizar os estabelecimentos, inclusive com construções de banheiros. Quem não se adequar será retirado do local.
"Trabalho perturbado", reclamou Edno Moreira. Ele é proprietário do Chopão do Baiano há 13 anos, estabelecimento que comercializa bebida e petiscos próximo ao Ouro Verde. Moreira emprega seis pessoas e paga mensalmente à prefeitura mais R$ 1,7 mil de licença pela utilização do espaço. "Sou a favor da regularização. Até fecho o estabelecimento para a reforma, mas queria trabalhar sossegado", afirmou.
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O Chopão do Baiano divide espaço com hippies, que ocupam o calçadão há muito tempo. E esse não é o único problema da região. Presença de autônomos, uso de drogas e falta de segurança são outras reclamações dos proprietários de quiosques.
Romualdo Zandrine Junior é o proprietário da Arara Sorvetes, quiosque existente há 32 anos, quando o calçadão ainda nem existia. Ele cobra avanço nessas discussões. "O poder público também precisa ver a limpeza, a higiene. Falta policiamento. Aqui tem uma diferença muito grande. Próximo de grandes lojas, o Calçadão é mais conservado. Em outras áreas é deixado de lado", criticou.
Quem não gostou nenhum um pouco da proposta foi Marcos Pasarini, proprietário da Banca Londrina, inaugurada há mais de 32 anos. "É preocupante. Falta recurso para essa padronização. As nossas vendas despencam ano a ano. A grande parte dos donos de bancas não tem mais dinheiro", reclamou.
Terezinha Machado, proprietária da Floricultura Mercado das Flores, cobra ampla discussão sobre o assunto. "Não sei que padronização é essa, ninguém veio falar nada", disse.
Contrários
Quem passa pelo Calçadão diariamente também é contrário a mudança e retirada de alguns quiosques. "Acho ótimo a padronização. O atendimento ficaria até melhor. Mas a retirada dos quiosques não pode acontecer. Eles não atrapalham em nada, fazem parte da história de Londrina", disse Aline Coelho.
Valdir Rosa de Oliveira descansava em uma barraca, em meio a sombra e cerveja gelada. "Fechar para quê? Esse espaço aqui não prejudica ninguém", afirmou.