Em razão do intenso trabalho para recuperar os estragos causados pelos temporais registrados em Londrina nas últimas semana, a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) deixou de lado, temporariamente, o embate com os ambulantes que voltaram a vender lanches na calçada da Rua Benjamin Cosntant, ao lado do Terminal Urbano.
No entanto, a companhia deve partir para um possível confronto (e direto) assim que esses problemas forem resolvidos. "Assim que for possível, vou colocar a máquina lá naquela calçada e quebrar tudo; isso vai acontecer com ou sem vendedores, com ou sem segurança, com ou sem a presença da Polícia Militar", afirmou ao Bonde Agnaldo Rosa, assessor executivo da CMTU. "Não podemos deixar a cidade a mercê de meia duzia de ambulantes".
Ele demonstrou-se irritado com a a recusa da polícia em cumprir mandado de reintegração de posse da calçada expedido pela juíza da 7ª Vara Civil, Telma Regina Magalhães Carvalho em 25 de setembro. A magistrada impôs multa diária de R$ 500 para cada vendedor que não cumprisse a decisão e encaminhou ofício ao 5º Batalhão da Polícia Militar de Londrina para que fizesse a desocupação.
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"Mas o comandante da polícia nos disse que uma eventual reintegração só ocorrerá com ordem direta do Secretário Estadual de Segurança Pública", disse Rosa. "O comandante declarou ao oficial de justiça que foi notificá-lo que não mandaria nem meio policial militar para fazer a desocupação sem autorização do Estado". Segundo o assessor, o oficial de justiça teria relatado essas informações à juíza, que poderá adotar outras medidas.
"Quero deixar bem claro que se algo acontecer durante a reforma da calçada aos nossos funcionários, aos operários da empresa ou aos vendedores, isso será responsabilidade exclusiva da Secretaria de Segurança Pública e do governador do Estado", acentuou Agnaldo Rosa.
O caso
Embora tenha prometido durante a campanha eleitoral que permitiria o comércio na calçada do terminal, o prefeito Barbosa Neto (PDT), depois de eleito, resolveu cumprir determinação do Ministério Público, que entende que a calçada deve ser desimpedida e permitir o livre tráfego de pedestres e deficientes.
A prefeitura concedeu prazo até 11 de setembro para a saída dos ambulantes. Na madrugada seguinte, eles fizeram um protesto, queimando pneus. Desde então, têm resistido e afirmam que não saíram do local, que muitos ocupam há mais de 10 anos.