Alternativa de ligação entre Londrina e Ibiporã, a Estrada dos Pioneiros é utilizada por muitos motoristas que optam por encurtar o caminho entre os municípios vizinhos, mas a falta de pavimentação na maior parte do trecho de cerca de 8 quilômetros de extensão nem sempre permite o uso da via.
A estrada foi aberta na década de 1930, mas apesar dos mais de 80 anos de existência, o asfaltamento vem sendo postergado pelo governo estadual. Em dias secos, a poeira é um incômodo, mas é nos dias de chuva que os motoristas se veem obrigados a trafegar pela BR-369, já que a lama torna o trânsito de veículos arriscado na velha estrada.
A estrada começa na área urbana de Londrina, como continuação da Rua Carmela Dutra, no Jardim Morumbi (zona leste). As condições do asfalto são adequadas até as proximidades da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). De lá até o Jardim Santa Paula, em Ibiporã, são 4,5 quilômetros de terra e pedra.
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Proprietário de uma pequena distribuidora de alimentos, Inaldo Alves Feitosa compra pães de um fornecedor em Ibiporã para distribuir o produto em pontos comerciais de Londrina. Morador do Conjunto Antares (zona leste de Londrina), ele diz que a Estrada dos Pioneiros é a melhor opção para fazer o trajeto entre os dois municípios, mas nem sempre é uma rota possível.
"Faço esse caminho três vezes por semana. Para mim é melhor porque é mais curto. Pela BR-369 eu ando 10 quilômetros a mais. Essa estrada é bem usada e o asfalto aqui seria muito importante não só por minha causa, mas para o trânsito fluir melhor já que na BR-369 o trânsito é muito intenso nos horários de pico. A estrada também ajudaria a valorizar mais essa região."
No Jardim Santa Paula, em Ibiporã, bairro onde termina a estrada, os moradores preferem andar alguns quilômetros a mais a se arriscarem pelo terreno acidentado da via alternativa. "Trabalho em Londrina, perto da (Avenida) Santos Dumont e para mim seria muito mais fácil ir pela Estrada dos Pioneiros, mas prefiro usar a BR-369 e andar uns 4 quilômetros a mais. Além de a estrada ser ruim porque não tem asfalto, também tenho medo de assaltos", disse o frentista Edvaldo Assis.
FALHAS
Em 2009, o governo do Estado anunciou a pavimentação, que custaria R$ 5,1 milhões e deveria ficar pronta em um prazo de 365 dias. A ordem de serviço chegou a ser assinada, mas foi rescindida no primeiro semestre de 2013 por falhas nas especificações técnicas. Em 2013, quando o projeto voltou a ser analisado pela Secretaria de Infraestrutura e Logística, foi constatado que, além de estar fora das especificações, não previa o desvio de parte do fluxo da BR-369 para a Estrada dos Pioneiros e o impacto que esse aumento no tráfego de veículos causaria impacto no município de Londrina, que teria que fazer obras de adequação para absorver a mudança.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Infraestrutura e Logística informou por meio de nota que, por se tratar de uma estrada municipal, a responsabilidade pela manutenção não é do Departamento de Estradas de Rodagem.
A nota diz ainda que na gestão do ex-governador Orlando Pessuti foi assinado um convênio entre a Prefeitura de Ibiporã e o Estado para pavimentar a via, mas o contrato foi rescindido há três anos após análise técnica. A Prefeitura Teria que desapropriar diversas áreas para realizar as obras, o que não foi feito.
O prefeito de Ibiporã, José Maria Ferreira, disse que a obra foi licitada em 2011 e uma empresa foi declarada vencedora, mas o trâmite foi cancelado por um despacho da Casa Civil.
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