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Em Londrina

Estelionatários usam PAI para aplicar golpe

Redação - Folha de Londrina
31 jul 2003 às 18:47

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Um é moreno, tem estatura mediana, cabelos grisalhos, aparenta 45 anos. O outro, da mesma faixa etária, é um pouco mais alto, de barba e cavanhaque. Ambos com boa aparência, bem vestidos, com facilidade de comunicação.

Estes dois homens estão aplicando, juntos ou separados, um golpe em moradores de bairros da área central e da zona leste. Eles se dizem pai de uma criança internada em estado grave no Pronto Atendimento Infantil (PAI) - com câncer nos olhos - e que precisa de recursos para uma transferência para a capital paulista. A dupla estabelece o valor do donativo em R$ 10,00.

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O PAI, localizado no centro, realiza apenas atendimento ambulatorial. O paciente fica, no máximo, 12 horas em observação. Em caso de necessidade de internamento, é feita a transferência para um dos hospitais da cidade.

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De acordo com testemunhas, a dupla de golpistas já foi vista na Vila Recreio, Vila Nova (área central), no Jardim Califórnia e no Aeroporto (zona leste). A princípio, começaram usando como subterfúgio a venda de uma cartela de um bingo, que seria realizado, de acordo com os golpistas, no domingo passado (dois dias depois), no Estádio do Café.

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Moradoras da Rua São Vicente desconfiaram da informação e foram consultar o PAI. ''A partir daí, recebemos outras denúncias com as mesmas características'', conta a ouvidora da unidade de saúde, Rosângela Campiolo.


A dupla passou, então, a pedir diretamente de porta em porta. Para dar mais verossimilhança ao golpe, usavam crachás com o logotipo do PAI.

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Segundo a atendente de enfermagem Maria Helena Reali, 63 anos - uma das ''quase-vítimas'' mais recentes - a dupla esteve no portão de sua casa no início da tarde desta quinta-feira.


''Eram muito gentis e educados, mas se recusaram a virar o crachá e deram algumas informações erradas sobre a área de saúde, que eu conheço muito bem. Pelo sotaque, pareciam da região'', disse a aposentada, que se locomove com dificuldade devido a problemas de saúde. Depois que se recusou a doar o dinheiro, ela entrou em contato com o PAI.


Na segunda-feira, a PM abordou dois suspeitos no Aeroporto. Eles disseram que estavam a serviço de um certo Projeto de Apoio Integral, de responsabilidade de ''uma igreja evangélica de Cambé''. Sem o flagrante, eles foram liberados.

Além da descrição física de ambos, a polícia tem poucas pistas. Uma delas é a identificação das placas de um dos dois carros que foram vistos próximos dos estelionatários: um Gol branco AHC 4595 (não se tem informação sobre o município). O outro carro usado pela dupla seria um Chevette marrom.


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