Um dia depois do sepultamento do jovem Anderson Amaurílio da Silva, 21 anos, morto onze dias depois de ser atropelado por um ônibus durante um protesto no Terminal Urbano de Londrina contra o aumento da tarifa do transporte coletivo, a cidade viveu nesta quinta-feira mais um dia de manifestações.
Por volta do meio-dia, um grupo de estudantes invadiu a sede da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). Duas horas mais tarde, quatro ônibus da Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) foram pichados em frente ao Restaurante Universitário (RU) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e impedidos de deixar o campus. Houve discussão e a Polícia Militar foi acionada.
Na sede da CMTU, os funcionários que prestam atendimento ao público foram surpreendidos por um grupo de aproximadante 15 estudantes que, segundo as testemunhas, seriam alunos do Colégio Estadual Vicente Rijo e da UEL.
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Eles entraram batucando e jogaram bexigas cheias de tinta e ovos podres nas paredes e no arquivo da Companhia. Levaram também cartazes culpando o prefeito Nedson Micheleti (PT), o presidente da CMTU, Wilson Sella, e o comandante do 5º Batalhão da PM, tenente-coronel Rubens Guimarães, pela morte de Anderson. O sistema de câmeras de vídeo da Companhia registrou a ação.
O secretário da União Londrinense dos Estudantes Secundaristas (Ules), André Guimarães, assegurou que a entidade não teve envolvimento no protesto. ''Não expressamos a opinião do movimento com apenas quatro ou cinco estudantes. O momento agora não é de embate de rua. A hora é de discussão'', declarou.
Por volta das 14 horas, quatro ônibus da TCGL foram barrados por estudantes universitários no campus da UEL. Os manifestantes picharam dois veículos da linha 307 - Avelino Vieira, um da linha 305 - Campus, e outro da linha 304 - Campus via jardim Bandeirantes. A Polícia Militar foi chamada para evitar o enfrentamento mas ninguém foi preso.
Segundo um dos coordenadores do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEL, Rafael Morais Português, os PMs teriam tentado levá-lo, juntamente com outro estudante, Fábio Rizza. ''Eles quiseram criminalizar nosso movimento. Essas pichações não foram organizadas pelo DCE, nem sabemos quem fez isso, embora apoiemos toda manifestação de descontentamento'', afirmou ele.
O estudante disse que o DCE teve participação no protesto na CMTU. ''Foi uma manifestação pacífica para fazer a população lembrar de quem são os verdadeiros assassinos de Anderson'', justificou. O capitão Sérgio Dalbem, do 5º Batalhão, disse que não havia sido informado do incidente com Português e sugeriu que o estudante registrasse uma queixa formal.