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Via academia-templo

Ex-atleta karatê torna-se monge budista em Londrina

Redação Folha de Londrina
25 abr 2004 às 16:52

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Norio Haritani: ‘‘Para o budista, o importante é o crescer junto; não adianta só um ficar feliz’’ - César Augusto
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Depois de sete anos fechada, a casa simples situada na Vila Brasil (área central de Londrina) ganhou sons diferentes nas últimas semanas.

Três vezes por dia o seu dono, o ex-atleta e mestre internacional de karatê Norio Haritani, de 59 anos, senta em postura ereta em frente a um altar e, com uma espécie de terço entre as mãos, entoa orações que nos remetem ao ambiente único dos templos budistas. O canto com voz grave e palavras ininteligíveis aos leigos é um misto de devoção e respeito.

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Haritani chegou do Japão no início do mês, depois de formar-se como monge budista, seguindo os princípios preconizados por Siddartha Gautama (século VI a.C), o Buda. Desde então, está ocupando a casa construída ao lado da Associação Londrinense de Karatê (ALK), que ele fundou há 35 anos.

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Na última segunda-feira, o monge embarcou para São Paulo, para acertar detalhes de uma nova viagem ao Japão, no mês de maio. Lá, vai fazer uma espécie de ''doutorado'', que lhe dará condições de assumir um templo no Brasil.

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Só depois desta viagem à terra natal Haritani terá definido, pelos dirigentes em São Paulo, seu destino no Brasil ou mesmo em algum outro país da América do Sul. ''Meu desejo é continuar em Londrina e morrer nesta terra roxa. Gosto de tudo aqui, mas a decisão não depende de mim'', afirma.


Este não é o único sonho de Haritani. Ainda demonstrando certa dificuldade em relembrar algumas expressões em português, ele conta como e por que nasceu a idéia de se tornar um guia espiritual.

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''Fui para o Japão para fazer um curso de aperfeiçoamento da caligrafia japonesa, mas não deu muito certo. Como já estava lá, resolvi fazer alguma coisa que pudesse trazer para o Brasil. Pensei muito e achei que a filosofia budista poderia ajudar nosso país.''


Ele argumenta que o budismo chegou ao Paraná com os primeiros imigrantes, mas que, ao longo dos anos, ficou praticamente restrito à colônia japonesa. ''Quero tentar transmitir a filosofia para mais brasileiros'', revela, lembrando que o pensamento básico do budismo é o pensamento coletivo.


''Para o budista, o importante é o crescer junto; não adianta só um ficar feliz. Buda nasceu como um príncipe, num castelo, mas um dia, passeando fora dele, viu que ao seu redor tinha muito sofrimento e resolveu fazer algo para que todos tivessem felicidade.''

>> Leia reportagem completa na Folha de Londrina


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