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Familiares de mortos em confrontos entram com ação na Corregedoria da PM

Redação Bonde
12 nov 2019 às 14:08

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- Rodolfo Salloum/Grupo Folha
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Familiares de pessoas mortas por polícias militares vão entrar com uma ação na Corregedoria da PM (Polícia Militar), para que uma investigação interna seja realizada referente aos diversos confrontos registrados nos últimos meses em Londrina.

De acordo com Jéssica Carvalho, esposa de uma das pessoas mortas por policiais, a ação é para esclarecer as mortes e fazer justiça a esses casos. Jéssica informou durante a entrevista que seu marido foi morto por policiais da equipe Choques Motos. As equipes alegaram que ele estava armado, porém, segundo ela, foi comprovado por meio da justiça que ele não estava armado.

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"Ele tinha saído da cadeia no dia 4 de dezembro de 2018, tinha cumprido pena por estelionato, porém já estava em liberdade por ter cumprido tudo o que estava devendo a justiça, até que foi morto no dia 25 de junho desse ano com 14 tiros, sem ao menos estar armado, como ficou comprovado depois”, comentou.

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No último domingo (10), familiares de 80 pessoas que morreram em confronto realizaram uma manifestação na rodovia João Carlos Strass, localizada na região norte da cidade. Camisas representando as 80 pessoas mortas foram penduradas pelos familiares, que cobram informações dos órgãos fiscalizadores referentes a atuação policial.

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A advogada Naiara Andrade, que representa 30 famílias de mortos em confrontos, afirmou que a ação protocolada na Corregedoria é para pedir providências do órgão e também fiscalizar os policiais envolvidos nesses confrontos. Ela afirma que na maioria dos casos que são alegados confrontos, laudos da criminalística apontam que não houve troca de tiros.


"As famílias e testemunhas estão sendo ameaçadas por esses policiais, que passam na casa dessas pessoas e ficam parados em frente os intimidando. Além disso, na maioria dos casos, foi constatado que as pessoas que morreram não estavam armadas e que armas foram implantadas no local do crime, tanto que, nesses casos, nenhum policial ficou ferido. A impressão que dá é de que a ordem dada é que as equipes saiam matando”, comentou a advogada.


Além da ação na Corregedoria, a Comissão de Direitos Humanos estará reunida com a promotora Susana de Lacerda, no próximo dia 19, pedindo apoio para a investigação desses casos.

Procurada pela reportagem, a Subcorregedoria da PM (Polícia Militar) em Londrina, informou que até as 14h32 da tarde nenhuma ação havia sido protocolada no órgão e que só somente após isso divulgará um posicionamento oficial referente ao assunto.


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