Não para de subir o número de meninas menores de idade vítimas no esquema de exploração sexual descoberto em Londrina no dia 13 de janeiro, quando o auditor da Receita Estadual, Luiz Antonio de Souza, foi preso em um conhecido motel da cidade na companhia de uma adolescente de 15 anos. De lá para cá, o Ministério Público (MP) identificou 20 vítimas ao todo e a participação de mais três homens no esquema: o fotógrafo e ex-assessor do Governo do Estado, Marcelo Caramori, o policial civil Jefferson dos Santos e o então delegado-chefe da Receita Estadual em Londrina, José Luiz Favoretto Pereira, que foi exonerado do cargo no último dia 11, três dias antes de ser preso pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
De acordo com o delegado do Gaeco, Hernandes Cezar Alves, todas as vítimas identificadas eram menores de idade na época do aliciamento. Conforme ele, dezoito delas tinham entre 14 e 17 anos e outras duas tinham apenas 13 anos. "Uma delas teria saído com o auditor e a outra com o fotógrafo", detalhou o delegado em entrevista ao Bonde nesta quarta-feira (18).
Na foto, Marcelo Caramori deixa a prisão no último dia 10; ele seria preso novamente dois dias depois
Alves contou que Souza responde, atualmente, a três denúncias por exploração sexual e Caramori a um processo. O delegado pretende finalizar mais um inquérito contra o auditor nesta quinta-feira (19) e outros três inquéritos, contra Caramori, Santos e Pereira, até o início da próxima semana. "Um processo para cada suspeito", observou.
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Caso Colli
Hernandes Cezar Alves ficou responsável por finalizar as investigações contra o advogado Marcos Colli em 2013. O ex-presidente do PV em Londrina é acusado de estuprar diversas crianças e adolescentes e filmar e fotografar os abusos. Colli, condenado a quase 300 anos de prisão em quatro processos, segue detido em um presídio de Piraquara (região metropolitana de Curitiba). O delegado do Gaeco vê semelhança entre o caso Colli e o esquema de exploração sexual investigado atualmente. "Repercute e causa certa indignação pois, em ambos os casos, as vítimas são vulneráveis", argumentou.
O delegado ressaltou, ainda, que tanto as vítimas de Colli quanto as meninas do atual esquema são carentes, "de um poder aquisitivo bem baixo". "As vítimas fazem parte de famílias pobres e, por isso, acabaram se submetendo ao aliciamento para ganhar dinheiro", destacou.
Também integram o atual esquema de exploração sexual pelo menos cinco garotas maiores de idade que intermediavam o encontro entre os suspeitos e as adolescentes.