O vereador Roberto Fú (PDT) coordenou reunião na última quarta-feira (20) na Câmara para discutir uma solução à situação dos índios que residem e trabalham esporadicamente na área urbana da cidade e resistem em retornar para suas reservas de origem.
O encontro contou com a participação das vereadoras Elza Correia (PMDB) e Lenir de Assis (PT) e do vereador Vilson Bittencourt (PSL). Participaram ainda do debate a antropóloga Marlene de Oliveira e a assistente social Daniella Batizaco, da Secretaria Municipal de Assistência Social; Patrícia Grassano Pedalino, da Assessoria de Políticas de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente e das representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Lázara Darlene Bittencourt e Evelise Viveiros Machado.
Após análise da situação, a construção de uma Casa de Passagem foi apresentada como alternativa para assistência aos índios que precisam se dirigir a área urbana de Londrina para a venda de artesanato e necessitam de um local de referência e até pernoitar decentemente no período em que permanecem na cidade, mas com regra clara de retorno à aldeia. "Ficou decidido que a prefeitura vai procurar duas opções de área para esta construção. Com isto, a Funai se comprometeu a buscar os recursos para a obra", informou Roberto Fú.
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Ainda de acordo com o vereador, os índios quando se dirigem a área urbana da cidade, estão sem referência na cidade em razão da desativação do Centro Cultural Kaingang, ao lado da Via Expressa e às margens do ribeirão Cambezinho. "Por ser uma área de preservação, nada mais pode ser construído naquele local. Com isto vamos cobrar da prefeitura a revitalização daquela área, para que possa ser utilizada pelos bairros do entorno", afirmou o vereador.
O debate se estendeu ainda para a avaliação da situação das famílias oriundas da reserva de São Jerônimo da Serra e que estão acampadas na Fazenda Refúgio, na zona Sul de Londrina. Os índios Ronaldo Rael Piraí, Douglas Norato e Paulo Serviro, representantes destas famílias reivindicaram durante a reunião a ligação de água e energia elétrica no local, o que foi descartado pelos representantes da prefeitura e da Funai. "A Fazenda Refúgio é uma área de preservação permanente e por isso não será possível esse tipo de atendimento àquelas famílias", explicou o vereador Roberto Fú.
Sobre o problema dos índios da Reserva Apucaraninha, que permanecem na área urbana da cidade e resistem em voltar para suas casas, o vereador Roberto Fú afirmou que a discussão avançou bastante para uma solução. "Vamos procurar o cacique daquela reserva indígena e pedir sua ajuda para um trabalho de conscientização dessas famílias. Eles podem a qualquer momento se deslocar para a área urbana e vender o artesanato, mas por pouco tempo. Depois devem voltar para a aldeia", disse o vereador.
Roberto Fú informou que uma nova reunião sobre o assunto deverá acontecer nas próximas duas semanas, oportunidade na qual os representantes da prefeitura deverão apresentar as áreas escolhidas para a construção da Casa de Passagem. Na oportunidade, segundo ele, o cacique da Reserva do Apucaraninha também será convidado para participar do debate, para que possa estar engajado definitivamente na solução do problema.