O prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, se reuniu na manhã desta terça-feira (8) com os guardas municipais da cidade para anunciar uma mudança definitiva na atividade da Guarda Municipal. Segundo informações da Paiquerê AM, a intenção de Kireeff é de que a partir de agora os guardas municipais passem a fiscalizar prédios públicos municipais e deixem de atuar na segurança das ruas.
A medida traria uma economia de R$ 4,9 milhões por ano ao município, já que o contrato com a Force, empresa que faz a fiscalização e segurança dos prédios municipais, venceu na segunda-feira (7) e não foi renovado. O estatuto da Guarda Municipal já prevê essa função.
À rádio Paiquerê AM, Kireeff explicou que segundo a Procuradoria Jurídica do município, a renovação do contrato com uma empresa de vigilância privada seria ilegal. "A orientacao da procuradoria afirma que a havendo uma Guarda Municipal é vedado ao poder público a contratação de uma empresa terceirizada. O que estamos fazendo é seguir a legalidade".
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Em entrevista ao Bonde, o presidente da Associação da Guarda Municipal, Fernando Ferreira das Neves, disse que a decisão não agradou os agentes, mas que a Guarda vai acatar a decisão. "Foi uma decisão unilateral e nós vamos acatar. Mas os guardas foram treinados para ser polícia. Nós retiramos drogas e armas das ruas, recuperamos veículos roubados e agora não poderemos mais ficar nas ruas. A mudança não agradou".
De acordo com Neves, a principal preocupação da Associação está relacionada com a segurança dos agentes. "O grande problema é a segurança dos guardas. O local que era fiscalizado por três agentes da vigilância privada será ocupado por apenas um guarda municipal".
Para Neves, mesmo com a mudança de função a guarda deveria ser armada. "O prefeito nos deu a oportunidade de montar uma comissão para discutir as questões contraditórias dessa medida e é o que vamos fazer. O que pretendemos é conseguir que cada agente esteja acompanhado de um parceiro nos postos de fiscalização e que eles estejam armados e com rádios comunicadores". "Nós já temos as armas e o convênio com a polícia para o treinamento. O que falta é vontade", explicou Neves.
Desde a campanha eleitoral, Kireeff declarou ser contrário ao armamento da Guarda Municipal. Em nota, a prefeitura informou que a Force deverá manter um pequeno efetivo. Um total de 48 vigilantes seriam mantidos para complementar o trabalho da Guarda Municipal, entre eles os 16 que hoje trabalham armados, já que a Guarda não tem autorização para usar armas.
Entre os impasses da mudança está relacionado ao número de agentes da guarda, que é insuficiente para cobrir todos os postos até então fiscalizados pela empresa privada. "Nós temos ao todo no efetivo, 186 guardas municipais, já contando aqueles que ficam na parte administrativa, e mesmo colocando todos na função ainda faltaria agentes". Ao todo, há 190 postos para serem fiscalizados. Para resolver a situação, mais pessoas devem ser convocadas no concurso da Guarda Municipal.
(Atualizado às 12h35)